E Agora: Ficção ou Desenvolvimento?
Por Cristiano Almeida
CG News
As obras da BR-110 acabam de chegar a Terrinha de Santana e só agora “caiu a ficha”: por onde passará a BR em Campo Grande?
De um lado os produtores rurais não concordam com os valores de
indenização oferecidos pelo Governo Federal e não querem ceder suas
terras para que a BR-110 contorne a cidade, e do outro lado está uma
obra caríssima chamada “Via Costeira”.
Não quero falar aqui da decisão desses homens de conduta honrosa e
reconhecida competência que deram a vida em prol da construção de seu
patrimônio e sustento de suas famílias. Tendo em vista, porem, que o bem
público é patrimônio de todos e o desenvolvimento é um anseio do nosso
povo, cabe-me discorrer algumas linhas que representam senão o grito da
população campo-grandense.
Primeiro, é preciso considerar que a Via Costeira é um investimento
contraditório, não somente no nome, mas também no próprio cerne da
proposta, visto que:
a) não há atrativo turístico naquele local que justifique a presença daqueles quiosques;
b) está presente em uma área notavelmente habitada e por isso torna-se inviável o emprego de som alto;
c) com o objetivo de promover festas naquele local, na prática
mostrou-se incompatível com a proposta, pois reduziu demasiadamente o
espaço e perdeu-se a visibilidade do palco, além de dificultar a
circulação dos espectadores;
d) trata-se de um investimento de uso eventual, pois não é todo dia que se fazem festas por lá;
e) não tem atraído público, a não serem os próprios habitantes de Campo Grande.
Segundo, é preciso destacar a importância da BR-110 para economia
local. Essa obra coloca Campo Grande na rota entre as principais cidades
da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, no eixo João Pessoa –
Campina Grande – Caicó – Campo Grande- Mossoró – Fortaleza. Portanto,
quase toda a produtividade dessas regiões passará por CG. É uma ótima
oportunidade para nossa cidade desenvolver o comércio, o setor hoteleiro
e outros serviços. Além disso, um excelente estímulo para vendermos o
nosso artesanato.
Deve-se ainda ressaltar, que reduz sobremaneira o tempo para nos
deslocarmos até Mossoró. O que nos permite pensar nos estudantes que
hoje precisam morar lá para fazerem um curso de nível superior,
distantes de sua convivência familiar e expostos às adversidades, como a
precariedade do transporte público, e podem com a conclusão da BR
voltar a morar em CG no seio de suas famílias.
Por fim, deve-se considerar que em Campo Grande não existe via
alternativa capaz de comportar o transito de veículos de grande porte,
como carretas, caso a Via Costeira seja interditada para festas.
Na verdade, contra fatos não há argumentos e, ao invés da prefeitura
gastar “mares” de dinheiro com essa obra fictícia em nome e objetivos,
deveria sim antecipar-se a esse investimento da BR-110 que, sabíamos, já
estava pra acontecer, criando condições para favorecer o fluxo de
veículos e estimulando o desenvolvimento da nossa cidade.
Um comentário:
Essa é boa via Silva, não acredito no que estou vendo.
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