quinta-feira, 22 de março de 2007

CÂMARA MUNICIPAL: DIA DA EDUCAÇÃO

Os debates na sessão legislativa de hoje da Câmara Municipal de Vereadores se debruçaram principalmente sobre o tema educação. Por mais de uma hora os vereadores apontaram os problemas e soluções para a educação de Upanema.

O vereador Josiel Gondim fez um amplo discurso indo desde os parabéns ao prefeito Jorge Luis por ter ido buscar recursos em Brasília para a construção da escola modelo de Upanema, como também os parabéns ao presidente Lula pelo maior investimento agora na educação.

Josiel também criticou o programa de alfabetização do Governo Federal que existe em Upanema onde os professores são escolhidos por interesse político e não por competência. Segundo o vereador, alguns professores deste programa em Upanema, ao invés de alfabetizar, eles precisavam é ser alfabetizados.

Com relação a construção da escola modelo, o vereador Neném do Cabano mostrou sua preocupação em trazer todos os alunos do sítio para estudar nessa nova escola. Segundo Neném, o crescente fechamento das escolas da zona rural está causando um problema para estes alunos.

Não estavam nesta sessão os vereadores Hermes Freire e Valério Augusto.

4 comentários:

Frederico Evandro disse...

Muito importante a preocupação do Ver. Francisco Cazuza com a situação dos alunos que estudavam na Zona Rural e estão sendo trazidos para estudar na cidade, e serão em número maior com a almejada construção da “Escola Modelo”. Registro aqui com outras palavras a questão com uma ótica mais apurada. A verdade é que inexiste uma política educacional clara na Rede Municipal, pois no próprio planejamento que antecede o início do ano letivo, foi muito mal elaborado. Vários temas eram analisados de maneira simultânea sem que fosse apresentado um encadeamento lógico para a formação e desenvolvimento dos alunos a médio e longo prazo. Sem essa definição de política educacional, vejo como necessário reduzir o leque de idéias e concentrar atenção nos pontos mais graves, basicamente dois: - professores com formação deficiente; - condições precárias das escolas. Centrados nesses dois pontos, pode-se ter início às discussões mais duras. Da parte da Prefeitura, não é novidade a preocupação com a questão da nuclearização, que aponta para o fechamento de pequenas escolas da zona rural, e o deslocamento diário dos alunos para uma “Escola Modelo”. Parece que por uma questão de manter o superávit econômico da cidade e o equilíbrio da balança comercial do mercosul, é de vital importância que o consumo de diesel dos ônibus continue aumentando, bem como a manutenção dos mesmos, cada vez mais cara e de menor resistência, que também por questão de manter a governabilidade são feitas no comercio local. Tem também o lado dos carros-de-boi (aqueles com gradeado típico e tudo) com bancos adaptados pela engenharia local com tábuas de cumarú que proporcionam um conforto indescritível pra quem passa pelo menos uma hora sentado neles, as meninas adoram, são fãs mesmo, pois deixam o bumbum igual a duas bandinhas de ASS. Esses carros transportam estudantes sem nenhuma segurança, mas a Prefeitura insiste em contratá-los. Com relação ainda ao ponto de fechar escolas e trazer os alunos pra um “Núcleo”, existem muitas formas de se pensar a questão, visto que o Artigo 210 da Constituição Federal de 1988, prevê um ensino básico respeitando os valores culturais, e esses seriam drasticamente feridos quando se entulha os alunos em um ônibus mal cheiroso e traz aquele cidadão em formação pra estudar na cidade junto com vários outros alunos que não partilham uma cultura comum. A criança fica encabulada em perguntar ao professor uma dúvida que apareça, envergonhada porque só tem umas duas mudas de roupas e um par de chinelos com arame, batendo e vestindo; perde muito tempo se deslocando, e sono no caso dos que vêm a noite; sem falar que na zona rural o dia começa bem antes que na parte urbanizada. E um fator que pode ser considerado como crucial nessa questão de deslocar os estudantes: as reuniões entre pais, professores e alunos que sempre existiram, desapareceram comprometendo a formação dos alunos e a conseqüente interação escola-comunidade. Interação esta necessária, principalmente se considerarmos que os alunos de zonas rurais quase sempre trabalham para ajudar no sustento da família, e é esse trabalho e a desinformação dos pais que têm feito muitos alunos enxergarem como passa-tempo à vinda pra escola na cidade, aproveitam pra namorar, dar uma voltinha na praça, tomar umas com os amigos, etc. Volto a insistir que não se pode fugir facilmente das inúmeras seqüelas, resultado de uma falta de política nacional para o ensino público em nosso País, mas podemos ao menos dar início à materialização e ao treinamento de professores em temas que já existam e resultem em efeito em curto prazo como um estimulo a leitura e ativação de uma biblioteca acessível a todos, tanto na cidade quanto nas comunidades mais povoadas.

Anônimo disse...

Meu caro Frê.
Com relação ao seu outro comentário sobre a educação queria dizer que concordo plenamente. O proformação é uma piada.
Agora com relação ao fechamento das escolas da zona rural, eu nao queria defender ninguem, mas existe uma determinação da promotoria ou é do MEC que proibi que alunos de séries diferentes ocupem uma mesma sala de aula. O que é muito dificil controlar nas escolas da zona rural, pela falta de recursos que o municipio recebe para educaçao.
Com relaçao a afirmação que os alunos estão sendo transportados em "carros-de-boi" queria dizer q isso é coisa do passado. Hoje nenhum aluno é transportado para o municipio em carros pau-de-arara.
Como educador,defendo melhorias para nossa classe e nossos alunos. Concordo com vc sobre os problemas causados pelo afastamento desses alunos da sua comunidade. Esperamos que com a aprovação do Fundeb, (que na teoria vai trazer mais recursos) esses transtornos diminuam.

Até a próxima.

Anônimo disse...

Os comentários acima possuem conteúdos dignos de Leitura, Parabéns

Anônimo disse...

Que são dignos de leitura são.Como todo texto.Mas seria ingenuidade dizer que o comentário de Frederico Evandro foi plausível, pois faltou-lhe uma competência linguística importantíssima:"A competência comunicativa."
Quando fazemos um artigo de opinião, devemos prezar a linguagem culta, só que também devemos lembrar a quem o texto está sendo direcionado, ou seja, o público alvo.Tendo em vista que a maioria dos leitores deste blog não é, necessariamente uma bancada de doutores, acho que para que haja um maior entendimento da idéia, deve-se manter um padrão de linguagem informal nestes comentários, sem precisar também, recorrer de palavras chulas e expressões corriqueiras.
Sem mais para o presente e lembrando que isto não é uma ofensa...
Obrigado!