
O projeto foi anunciado na última quinta-feira (9) como um dos três finalistas do ‘Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais’ na categoria ‘Mulheres’. Caso saia vencedor, o projeto receberá uma premiação no valor de R$ 50 mil.
“Inscrevemos o projeto sob o nome ‘Do quintal ao mar’. O projeto inscrito no edital tinha a proposta de trabalhar com mulheres rurais e semiurbanas, voltado para a inclusão da mulher no meio produtivo e consequentemente a obtenção de autonomia financeira. O Água Viva se encaixou neste perfil”, completou Camila.
Cada filtro funciona da seguinte maneira: Tubos são instalados nas residências, captando a água servida, utilizada na lavagem de roupas, louça e da casa, e enviando para uma caixa de passagem. De lá, a ‘água cinza’ segue para um tanque séptico, aonde começa o processo de filtragem. A água passa ainda por um filtro orgânico, até chegar ao reservatório. Deste último ponto, a água é liberada para o sistema de aplicação por meio de uma bomba manual, sendo utilizado na agricultura de gotejamento.
A coordenadora afirma que em caso de vitória, todo o dinheiro da premiação será revertido para a replicação dos filtros. “Nosso objetivo é auto-organizar mulheres por todo o Rio Grande do Norte. Nossa intenção é continuar replicando esta tecnologia para dar mais autonomia financeira, por meio da agricultura, a estas mulheres e melhorar a convivência das comunidades com o semiárido e a seca”, finalizou a coordenadora geral do projeto.

Segundo Conceição Dantas, coordenadora geral do Centro Feminista, durante todo o processo de construção do projeto, as mulheres atendidas pelo centro participaram das decisões. “Nosso objetivo é auto-organizar as mulheres e não impor algo. A ideia de reutilizar a ‘água cinza’, usada na lavagem de louça, das roupas e de casa, surgiu do grupo de mulheres do assentamento Monte Alegre I, é uma iniciativa popular”, disse a coordenadora.
A partir da ideia, agrônomas do CF8 e pesquisadores da Ufersa realizaram testes práticos e laboratoriais até concluírem uma tecnologia social capaz de tornar a água filtrada mais adequada para o plantio. Ainda de acordo com Conceição, três unidades dos filtros já foram instalados no projeto de assentamento Monte Alegre I, beneficiando cerca de 30 moradores da localidade.
Fonte: G1