sábado, 6 de junho de 2009

NO BLOG GIRO PELO ESTADO

09h00 - Direcionamento da Ufersa para Caraúbas se configura em erro técnico e social de ordem incomensurável

Semana passada noticiamos em primeira mão uma conquista grandiosa e ao mesmo tempo dolorosa.

Na noite da quarta-feira, Caraúbas recebia a noticia de que conquistara investimentos para a instalação de uma unidade avançada da Ufersa.

Apodi e Pau dos Ferros choraram a derrota.

Com um fim de semana marcado pelas dificuldades na atualização, ficamos devendo dois assuntos.

Um ligado as cidades de Pau dos Ferros e São Miguel, que será retomado. O outro se refere ao episódio da Ufersa.

Os textos são longos mas valem a pena serem lidos e discutidos.

Vou pedir licença aos leitores para deixar a função de comandante deste espaço para assumir a função de ‘leitor da lingua afiada’, e com posicionamento bem transparente sobre o caso.

Mesmo parabenizando pela conquista, peço desculpas a sociedade caraubense por não poder apresentar uma opinião coadjuvante com o grande feito obtido junto ao MEC, e no decorrer das próximas postagens apresentarei todos os argumentos que me levaram a assumir tal posição.

Mesmo diante das naturais insatisfações que deverão surgir a partir das visões discordãntes da minha, quero emitir minha opinião particular com relação ao caso, que classifico como um dos maiores erros da educação nacional com relação a história do Rio Grande do Norte.

Falo com a propriedade de quem vivenciou este processo desde os primórdios.

Acompanhei a caminhada rumo a expansão da Ufersa desde sua instância embrionária.

Acompanhei a elaboração de projetos, os contatos institucionais, os encaminhamentos políticos, as reuniões, e todo o processo de discussão descentralizada, condição que me reporta a esmiuçar detalhes que não poderiam ter sido deixados de lado.

Não posso simplesmente bater palmas e coadjuvar com a injustiça cometida.

Para tal destacarei pontos primordiais.


- Aspecto técnico/acadêmico

Defendo meu posicionamento com conhecimento de causa. Falo na condição de ex-aluno da Esam, hoje Ufersa.

Aluno de Agronomia nos anos 90, rememoro o sofrimento para o acompanhamento de aulas práticas e de campo.

Para ter acesso a uma aula prática de Sementes, por exemplo, tinhamos que acordar pela madrugada, seguir até a cidade de Russas no Ceará e retornar com o conhecimento de pouco mais de três horas, para não encerrar o curso sem ter contato com o campo.

Esta mesma realidade posso citar com relação as aulas de Gênese e Morfologia dos Solos. Para obter uma diversificação satisfatória de solos para estudo, tinhamos que nos deslocar até a cidade de Angicos na região Central, sempre no esquema de dificuldades estruturais.

Sou do período em que a Esam ganhou seu segundo curso, o de Veterinária, momento embrionário para a atual realidade da instituição.

Com disciplinas correlatas, via o sofrimento de alguns companheiros do referido curso, que penavam para ter acesso a realidades práticas em segmentos como a apicultura, a caprinocultura e como a forragicultura.

Diante desta realidade, o Rio Grande do Norte não teria um local mais adequado para instalar uma unidade de expansão da Ufersa, se não, as cidades de Assú, Upanema ou Apodi.

Numa destas três cidades, a unidade da Ufersa atuaria como um pilar para o desenvolvimento de um projeto maior.

Projeto acadêmico, com ampla área destinada a instalação de projetos técnicos, que poderiam somar para a transformação do Estado, a partir do uso racional dos recursos hídricos acumulados por um dos três grandes reservatórios instalados nestas três cidades.



- Localização geográfica

Qual o principio da minha opinião.

Uma Universidade Rural, como é o caso da Ufersa NECESSITA da instalação de uma unidade num ponto estratégico capaz de garantir o desenvolvimento de ações práticas, as rotineiras aulas teórico/acadêmicas.

Pela presença de água em abundância, e um cenário propício à integração de projetos produtivos paralelos, qualquer uma das cidades acima poderiam receber os investimentos, mas Apodi, se apresentava como a opção tecnicamente perfeita para a acomodação da unidade. (Veja abaixo).

Diante desta realidade, a estratégia de escolha neste caso, jamais poderia ter como prioridade a proximidade de alunos, a posição geográfica, ou a presença de unidades técnicas em municipios vizinhos.

O encaminhamento dos recursos se deu de forma inversa.

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