sábado, 2 de setembro de 2006

Delegacia funciona em casa paroquial


Upanema – Há quase três meses, a Promotoria Pública solicitou a interdição da delegacia de Upanema em decorrência da falta de estrutura: as paredes apresentam rachaduras e as celas não estavam em condições de ser usadas, pois os banheiros estão sem funcionamento, deixando o espaço em condições precárias de higiene. No dia 7 de junho, o juiz Eduardo Feld atendeu pedido do promotor Sidharta John, que afirmou: “O Estado deve reformar a delegacia ou providenciar outro prédio. O certo é que Upanema agora está sem delegacia.” Primeiro, os policiais foram trabalhar em sala de uma escola do Estado, local inapropriado para o serviço. Agora, a delegacia está funcionando na Casa Paroquial.O prazo solicitado pela Promotoria Pública já expirou, e até agora o Governo do Estado não providenciou a restauração da delegacia. No quintal da Casa Paroquial foi construída uma cela para acomodar presos temporários. Mas, por determinação do Ministério Público, nenhum preso pode ficar no local em decorrência da falta de estrutura.Embora precariamente, o aparato policial – seis soldados e um sargento, o delegado João Francisco Pereira – continua trabalhando. Segundo o delegado, os policiais trabalham em regime de plantão, sendo dois por cada. O problema é que, além do problema relacionado à estrutura física, a Polícia de Upanema enfrenta outro obstáculo: falta de viatura.O único veículo da Delegacia de Upanema está estacionado na garagem da Casa Paroquial com o eixo quebrado. Extra-oficialmente, o delegado declara que foi informado que o Estado iria agilizar o conserto do carro.A ronda policial é feita em uma moto cedida pela Justiça, o que impossibilita uma ação mais enérgica em relação a emergências que possam ocorrer. O delegado frisa que, quando ocorre alguma prisão, os presos são levados imediatamente para Mossoró. “Estamos aguardando tanto o conserto do carro quanto a restauração da delegacia. Esse prédio aqui também é provisório”, comenta.A reportagem manteve contato com a Secretaria Estadual da Defesa Social (SDS) para saber se existia prazo relacionado à restauração da delegacia. A assessoria de imprensa informou que o assunto deveria ser tratado com a Delegacia Geral da Polícia Civil (DEGEPOL), cuja assessoria de imprensa informou o telefone do delegado Ben-Hur.Segundo o diretor da Degepol, o assunto era de responsabilidade da delegada Suerda Valéria Cruz. Ele disse que respondia mais pela operacionalidade da Degepol. Contudo, disse que um prédio adequado ao funcionamento da delegacia estava sendo providenciado e que o veículo iria ser recuperado.A reportagem contactou a delegada por duas oportunidades. Na primeira, ela disse que estava entrando em um consultório e não poderia falar. Na segunda, não atendeu às ligações telefônicas feitas para seu telefone celular, cujo número foi passado por Ben-Hur.
FONTE: Jornal de Fato

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