domingo, 22 de maio de 2011

NO JORNAL DE FATO

Piso deve motivar greve nos municípios
MAGNOS ALVES
Da Redação

O piso nacional de salário do professor pode motivar a realização de greves em vários municípios do Rio Grande do Norte. Motivo é o não-cumprimento do piso pelas prefeituras.
Em seis de oito municípios pesquisados pela reportagem do JORNAL DE FATO, a possibilidade de paralisação das aulas a partir do mês de junho é latente.
Apenas nos municípios de Assú e Areia Branca, os sindicatos dos servidores públicos municipais declaram que não haverá greve.
Nos demais municípios, Alto do Rodrigues, Governador Dix-sept Rosado, Carnaubais, Baraúna, Grossos e Upanema, o quadro é inverso.
A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alto do Rodrigues (SINDISERPAR), Dalvanira de Morais, informou que os professores ainda não foram contemplados com o repasse dos 15,89% (percentual que deve ser concedido em todo o país) e acrescentou que nem mesmo o piso estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) está sendo cumprindo pela prefeitura. O piso em Alto do Rodrigues (R$ 1.024,00) está abaixo do determinado pelo Mec (R$ 1.187,00), sendo que a proposta do sindicato é de um piso de R$ 1.597,87. "Vamos colocar a categoria na rua para cobrar pelo menos o teto do Mec", adiantou Dalvanira, acrescentando que a greve pode ser deflagrada se pelo menos o piso do Mec não for atendido.

Os sindicatos aguardam uma reação dos prefeitos, mas o prazo para que isso aconteça está acabando.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Governador Dix-sept Rosado (SINDIXSEPM), Hudsmar Carlos, disse que teve duas reuniões com a prefeita Lanice Ferreira, "que apenas declarou que a prefeitura não tinha condições de pagar o piso".

O sindicato aguarda a apresentação de uma proposta até a próxima quinta-feira, 26, quando os professores municipais realizam uma parada de advertência e podem até votar o indicativo de greve em assembléia se as negociações não evoluírem. "Estamos lutando inicialmente pelo reajuste de 15,89%. Com relação à gratificação de 40% pela presença em sala de aula, podemos esperar até que a prefeitura solicite à complementação ao Mec", explicou Hudsmar.

Em Carnaubais, os professores se encontram com a secretária municipal da Educação no próximo dia 30 para discutir o piso. "Se não tiver acordo, vamos realizar assembleia para votar o indicativo de greve", advertiu Francinayre Moura, presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Carnaubais (SINDISEC).

Em Baraúna, o sindicato realiza assembleia na próxima quinta-feira, 26, enquanto que em Grossos haverá um encontro com o secretário da Educação na próxima terça-feira, 24. Nos dois casos, a greve de ser deflagrada se não houver acordo.

Upanema foi o município onde os professores mais adiantaram a luta pela implantação do piso.

A categoria realizou greve no mês de abril para cobrar o piso e também o reajuste anual.

O movimento foi suspenso após acordo selado com a Prefeitura no Ministério Público. "Estamos aguardando que a prefeita (Maristela Freire) cumpra o prometido no final do mês. Caso contrário, a greve pode ser retomada", afirmou a presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Upanema (SINDSERPUP), Rosemary Sobral, referindo-se ao reajuste de 3,25% que deve ser pago nesse mês de maio.

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