quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Governo estuda alta de 6% no preço dos combustíveis para ainda este ano

Com disparada do dólar, defasagem nos combustíveis vai a 30%

O GLOBO
22/08/2013
BRASÍLIA e RIO - O governo deve autorizar um reajuste dos combustíveis ainda este ano, atendendo, em parte, ao pedido da Petrobras, que, com a disparada do dólar, está com as contas cada vez mais pressionadas pela defasagem nos preços internos. A presidente Dilma Rousseff reuniu-se na quarta-feira com a presidente da Petrobras, Graça Foster, para discutir o assunto, horas antes de Graça embarcar para a China.

Segundo uma fonte técnica da estatal, internamente, a companhia realiza estudos projetando uma alta de, no mínimo, 6% no preço dos combustíveis em suas refinarias.O reajuste é inexorável, o problema é quando, devido ao seu impacto na inflação explicou a fonte.

De acordo com o especialista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, o preço nas refinarias da Petrobras acumula defasagem de 28% em relação ao preço internacional. Segundo técnicos do governo, a defasagem estaria em 30%. O reajuste que o governo deve conceder, porém, seria de apenas um dígito.Pessoas próximas às conversas entre governo e Petrobras dizem que uma das propostas é autorizar o aumento em duas parcelas, deixando a segunda parte para 2014. A principal preocupação é com o impacto na inflação, que vem sendo pressionada por outros aumentos e pode fechar o ano acima do teto da meta, de 6,5% ao ano.

Por outro lado, o governo está sensível à situação da Petrobras, fortemente afetada pelo descasamento entre os preços internos e internacionais dos combustíveis. O câmbio valorizado tornou a situação mais delicada, já que encarece as importações da estatal, que pressionam as contas da empresa e a balança comercial. Além disso, afeta a dívida da companhia.

Segundo o jornal Valor Econômico, o governo vai parcelar o reajuste para evitar que o impacto do reajuste seja sentido com muita força pelo consumidor.

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