segunda-feira, 29 de março de 2010

NO BLOG OFÍCIO DE PROFESSOR

Greve dos motoristas de ônibus escolares

Na tarde de hoje, a Escola Municipal Maria Gorete virou um deserto. Os ônibus escolares não trouxeram os alunos da zona rural.

Segundo informações correntes, trata-se de um problema de entendimento entre a categoria e o Governo Municipal, no que se refere à gratificações concernentes a horários além da carga horária normal do motorista. As mesmas informações dão conta de que os ônibus só irão circular no turno da noite. Aguardemos o desenrolar dos fatos.

Se esse problema não for resolvido, rapidamente, os alunos serão prejudicados, pois as aulas não serão repostas para os mesmos. No caso da greve dos professores, teremos o alongamento do calendário letivo, mas em uma greve de motoristas, a situação é outra: os alunos estão em casa, mas aulas continuam sendo ministradas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma greve no setor da educação e mais uma vez o alunado será penalizado até porque “o pau só quebra do lado do mais fraco”.
Dizer que a greve passada dos profissionais em educação do nosso município e essa dos profissionais do volante são justas e que já deveria ter sido deflagrada há muito tempo é apenas dizer o óbvio. Não pelo fato de ganharmos pouco, mas por que quando trata-se de educação somos uma categoria desvalorizada em todos os sentidos e quase sem perspectivas de (mudar) ,vislumbrar melhorias financeiras em curto prazo. Pode até faltar compromisso por parte de algum profissional mas é evidente que um professor nunca teve um salário digno para que não se justifique uma greve, uma paralisação.
E o problema não é só os gestores municipais apenas. Não é e nunca foi. É só ver as propagandas mentirosas sobre educação veiculadas por este governo (lula). O problema é um conjunto de fatores que desvaloriza a educação. Na História recente ou antiga deste município, qual foi o gestor que de fato investiu na educação (estrutura) ou nos educadores? Nenhum. E não por falhas no planejamento, mas principalmente por que nunca houve interesse e cobranças por parte da sociedade. Os brasileiros, de um modo geral, parecem que nunca perceberam a importância desse vital setor para o progresso deles próprios e também do país como um todo.
A participação dos pais na educação dos filhos é algo comum em países como a Coréia do Sul ou o Japão e que dispensam quaisquer comentários. No Brasil são raros os pais que estão preocupados com o que seus filhos estão aprendendo (e se estão mesmo aprendendo) na escola. Em Upanema, a realidade é pior do que se imagina. Por isso, os investimentos são cada vez mais escassos e os governos afirmam nunca haver disponibilidade de caixa para atender as reivindicações dos profissionais como disse recentemente a gestora municipal. Aí digo uma sociedade que não tem como pagar um salário digno a seus educadores não pode sonhar com nenhum desenvolvimento.
Mas também digo que Infelizmente altos salários para os nossos professores não significam melhorias na educação, pois a maioria dos médicos do nocco pais, por exemplo, ganham verdadeiras fortunas em salários e a saúde sempre é um caos. Só pra citar um exemplo: quem impediu uma pandemia de dengue? A maioria dos nossos alunos das escolas públicas, principalmente, ou seja foram os analfabetos funcionais. Por estas e outras razões, digo que, essa greve só vai piorar a situação destes pobres coitados (alunos). Vão ficar mais desinformados ainda. Pagarão de novo pelos erros cometidos historicamente por uma sociedade alheia aos benefícios da educação e muitos pais ainda se acomodam.
É óbvio que nenhum profissional daqui gostaria de ser reverenciado pelo Lula. Queríamos apenas que ele, mesmo sendo semi-analfabetos, entendesse a importância do educador e da educação para o progresso e o desenvolvimento de qualquer país e que a melhoria da sociedade passa necessariamente pela sala de aula. Ainda que seja uma sala suja, quente, muito cheia, insegura, mal iluminada e sem nenhuma motivação. Deve ser por tudo isso que faltam tantos professores profissionais nas salas de aula. E que não há concurso que consiga preencher as muitas vagas ociosas nessa “profissão” cada vez mais esquecida e, para muitos brasileiros, quase sem nenhum valor. Só que somos todos que pagaremos por mais este erro.