quarta-feira, 30 de setembro de 2009

COLUNA AGRONOTAS - JOSÉ WILSOM TAVAREZ

Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Mesmo na nossa condição de município do interior, de pouca expressão no cenário nacional, como praticamente todos os municípios interioranos, é preciso estarmos sintonizados com todas as discussões e temas nacionais e internacionais, principalmente, aqueles que tenham repercussão no nosso dia-dia. MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL é um desses temas.
Talvez pareça complexo entender a dinâmica de desenvolver uma cidade, uma região ou um país, atendendo os preceitos da sustentabilidade. Porém, muito mais que complexo de entender é fazer esse desenvolvimento acontecer com qualidade, pois um projeto ou uma ação apoiadora do desenvolvimento pode possuir características que a tornam insustentável ou provocam retrocesso ao longo do tempo.
Pois então analisemos juntos: imagine o Brasil aumentar cada vez mais a produção de alimentos utilizando as áreas da região amazônica, considerada o “pulmão” do mundo. Isso aumentaria a oferta de alimento, impulsionaria as exportações, proporcionaria a geração de emprego e renda. Porém, com o desmatamento de novas áreas de floresta, ocorreriam às mudanças no ecossistema e conseqüentemente, haveria a real possibilidade de fatos como: extinção de espécies e contribuição para mudanças climáticas como, aquecimento global e modificações nas médias anuais de precipitações.
Num cenário mais local, imagine que o município de Upanema seja contemplado com um distrito irrigado para sua várzea em um projeto de 1.000ha distribuído entre empresas e produtores locais, que utilizariam no processo produtivo as técnicas adotadas a partir da revolução verde, que se baseiam no uso intenso de agroquímicos. Seriam cerca de 2.000 empregos a mais no município para produzir anualmente 6.000 toneladas de grãos ou 50.000 toneladas de frutas, gerando uma receita média de 15 milhões de reais por ano (valor equivalente ao orçamento anual da Prefeitura Municipal). Porém, o custo disso, seria provavelmente, após alguns anos, um Rio poluído com índices anormais de substâncias químicas e o aumento de doenças provocadas pelos resíduos de agrotóxicos. Este é o tipo situação que vamos nos deparar, se levarmos em consideração a discussão de desenvolvimento sustentável.
Vários outros exemplos podem ser citados para ilustrar os paradigmas do desenvolvimento. Em tese nenhum deles é de menor complexidade que outro, porém, queremos lembrar que o debate deve existir não para retardar as ações ou a implantação de projetos, e sim para dar qualidade a estas ações, as quais esperamos que não demorem a chegar.
É importante contar com representantes municipais que tenham a capacidade de tomar decisões adequadas e oportunas. Mas nenhuma decisão será tão acertada se não passar por um debate popular, onde a população possa compreender e opinar sobre qual o caminho mais adequado.
Publicado no Jornal de Upanema

Um comentário:

Anônimo disse...

Tavares e não Tavarez