Publicado no Dia 20/06/2008
A fruticultura potiguar pode conquistar novos mercados depois que os Estados Unidos anunciou a ampliação da área livre da mosca de fruta do Rio Grande do Norte, o que beneficiou mais 13 municípios produtores de melão e melancia, que pertencem à família das cucurbitáceas, que agora estão aptos a exportar seus produtos para o mercado norte-americano. Até o início deste mês, apenas Mossoró, Areia Branca e Assu podiam exportar frutas para os Estados Unidos.
A partir de agora, a área total de produção de melão e melancia na área livre da mosca de fruta no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 8 mil hectares, com potencial de produção de 310 mil toneladas. A medida contou com a chancela do Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (Aphis) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reconheceu o trabalho realizado pelo Governo do Estado, por meio do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn) e do Comitê Executivo de Fitossanidade (Coex), com apoio do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, no sentido de ampliar a área livre desta praga.
Segundo o diretor de Sanidade Vegetal do Idiarn, Magnos Bezerra, o reconhecimento das autoridades dos Estados Unidos vem coroar uma luta iniciada desde o primeiro mandato da governadora Wilma de Faria, quando foi encaminhado ao Ministério da Agricultura projeto pleiteando a ampliação da área livre da mosca de fruta, o que demandava a elaboração de pesquisas científicas para comprovar a inexistência da praga nas lavouras dos referidos benefícios.
A implantação do Idiarn pela governadora Wilma de Faria facilitou o recolhimento das provas científicas que ajudaram na aprovação do pleito. "Além de estrutura física, o instituto possui agrônomos qualificados para realizar a inspeção nas áreas produtoras de frutas", afirmou Bezerra, ressaltando que o Rio Grande do Norte jamais apresentou um caso comprovado da presença desta praga.
Na América do Sul, apenas Brasil e Chile derrubaram as barreiras levantadas contra as importações de frutas por parte dos Estados Unidos, que há cerca de 30 anos erradicaram a mosca de fruta de seu território. O Rio Grande do Norte e agora o Ceará, que também recebeu o reconhecimento para sete municípios, são os únicos Estados brasileiros com autorização para penetrarem no mercado norte-americano com estes produtos.
Com a ampliação da área potiguar, o presidente da Coex, Segundo de Paulo, calcula que as exportações de melão e melancia do Rio Grande do Norte devem crescer 10% ainda este ano. "O reconhecimento dos Estados Unidos representa uma importante grife para nossos produtores, que podem conquistar, a partir disso, novos mercados como o da Ásia, além de ampliar as exportações para o mercado norte-americano", avalia.
A expansão da área livre da mosca de fruta no Rio Grande do Norte abrange os municípios de Assu, Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues, Areia Branca, Baraúna, Carnaubais, Grossos, Ipanguaçu, Mossoró, Porto do Mangue, Serra do Mel, Tibau e Upanema. A fruticultura gera cerca de 30 mil empregos diretos no Estado. Além dos Estados Unidos, o Rio Grande do Norte exporta melão e melancia para Argentina e Europa.
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