domingo, 16 de março de 2008

ENTREVISTA COM COM FRANCINALDO BEZERRA

JORNAL DE UPANEMA – Quando o senhor saiu de Upanema?
NALDINHO – Estava em Mossoró e estudava o curso de Letras, depois de concluir o curso técnico, fui convidado pelo diretor-executivo da Ca-Rondônia, o amigo Luiz Carlos, que precisava de técnicos e veio para a ESAM, hoje UFERSA. O amigo Paulo de Maria Romana e o saudoso Luiz Cãndido me incentivaram muito para a minha ida para Rondônia, já que eu estava duvidoso se iria ou não. Fui juntamente com doze colegas. Iniciei pela Ca-Rondonia, em Jaru, depois a Codaron como gerente. Também trabalhei na Assembléia legislativa. Como assessor do deputado Silvernani. Antes de sair daqui fiz alguns estágios em Limoeiro do Norte, depois Aracati, depois Caucaia, todos no Ceará.
J.U- Como entrou na política?
N - Foi através do trabalho prestado, trabalhando com o homem do campo. E mediante o trabalho, fui escolhido como presidente do partido PDS, e depois fui candidato a prefeito, pela sublegenda, perdendo para o primeiro colocado por apenas 3 votos.
J.U - Qual a sua atuação hoje na política?
N - Estou apenas dando minha parcela de contribuição, quando alguns amigos solicitam ajuda, eu colaboro com eles. Ser candidato, não. Ainda penso em lançar um de meus filhos. Quem sabe o Francinaldinho. Não penso impor em hipótese alguma. E vou deixa-lo à vontade. Estou apenas observando meu filho. Noto que ele tem tendências para a coisa.
J.U – Como é a cidade de Jaru?
N - Hoje Jaru está com aproximadamente 42 mil eleitores. Com mais de 80 mil habitantes. Não é uma cidade maior porque dela desmembraram-se Jorge Teixeira e Teobroma. Tem o Rio Jaru que divisa a cidade. As propriedades são cortadas por pequenos rios perenes. O forte é a pecuária. É o segundo maior rebanho do Estado e mais de meio milhão de gado entre o de corte e o de leite. É a segunda maior bacia leiteira do país. O leite é vendido para os laticínios. É uma cidade universitária, uma cidade de grande porte. A economia é rural. Quando cheguei lá era um distrito e ainda funcionava com energia a motor, semelhante a Upanema nos anos 60.
J.U - Você pensa em ser candidato aqui?
N – Não. Aqui em Upanema, não.
J.U – Onde o senhor estudou?
N - Estudei no Ginásio Agrícola, tendo como colegas, Manoel Éliton, Luiz de Pompeu, Geraldo e Toinha, e tantos outros. Quando terminei o quinto ano, era professor e dava aulas lá em casa. Ensinava também nos Pereiros, Cabeça do Boi, Patos e em João Batista da Cacimba do Meio. Em Mossoró morei na Casa do Estudante. Depois fui morar com Paulo, Mariquinha e Nilba, filhos de Dona Maria Romana.
J.U – Você pretende voltar a morar em Upanema?N – Tenho 32 anos de Jaru e 55 anos de vida. Vi Jaru nascer assim como papai viu Upanema nascer. Estou dividido entre Jaru e Upanema. J.U – Conte algumas experiências da política.
N – Digo sempre que a cidade só vai bem se o campo estiver bem. O saudoso governador Jorge Teixeira dizia: “pra ser prefeito não precisa ser doutor. Precisa conhecer os problemas do lugar e buscar soluções. E você é a pessoa ideal.“ Ele sempre usava esse tom áspero. Acho que todos os governantes precisam dar prioridade ao homem do campo.
J.U - Em que sentido?
N - O homem do campo não precisa de esmolas. Não é dar dinheiro a ele. É construir estradas vicinais para escoar sua produção.
J.U - Lá existe a característica de inverno e verão?N - Não, nós somos filizardos nesse sentido. Chove de setembro até maio. Agora está chovendo muito. E o clima é quente-úmido. J.U - Que lembranças tem do velho pai, Chico Cornélio?
N - Era um homem lutador, trabalhador e brincalhão. No tempo passado construiu um açude carregando o material no lombo do jumento.
J.U – Como foi aquela história quando você chegou de Rondônia e fez uma presepada com seu pai?
N - Eu estava vindo de Rondônia com a família. Quando cheguei em Upanema, avistei papai que vinha num jumento. Eu orientei um dos meus filhos a colocarem o carro na frente do jumento. Quando o velho viu aquilo, danou-se e começou a esculhambar: tirem essa porqueira do meio! O velho não sabia que éramos nós. Nesse momento um dos meus filhos saiu do carro e abraçou o velho. Aí ele disse: ora, vocês querem me matar?
J.U – Como foi sair de Upanema?
N - Era saudade e mais saudade. Primeiro fui convidado a ir para o Acre. Papai e mamãe se opuseram. Então desisti. Depois de um mês, surgiu o convite para ir pra Rondônia.
J.U – Soubemos que você fez a tradicional serenata. Como foi isso?
N – Cada vez que venho aqui faço com os amigos uma serenata com os amigos. Já virou uma festa tradicional. Saímos eu, Clécio Azevedo e Valdemar Costa. Fomos para Alberto de Dulce, Maria José Fonseca, Antenor Vitorino, Geraldo Magela, Zé de Elizeu até ampliarmos o número e encerrarmos lá em casa. É a serenata onde há a participação de todos.
J.U - MENSAGEM FINAL
N - Espero que vocês continuem sempre com esse propósito levando as notícias para o Brasil e mundo. Fazer um convite para que a sociedade de Upanema colabore com o jornal. Se precisar de apoio eu estou à disposição de vocês.

Um comentário:

eliana disse...

Silvio é lendo todos os dias seu blog que fico sabendo noticias de minha terra,como sua entrevista com Naldinho a qual me fez lembrar da minha adolescencia. Aproveito para pedir que dê um abraço nele,mesmo sem ter certeza que ainda lembre de mim.por favor fale que sou Eliana irmã de Edinelza.Abraço.