sábado, 22 de setembro de 2007

Por dever de justiça

Coluna de César Santos, Jornal De Fato
A notícia de que o deputado João Maia, presidente estadual do PR, estaria desviando a verba de R$ 8 milhões da BR-110 para obras em rodovias na região do Seridó parece fundamentada em interesse político do que propriamente pela verdade. Espécie de movimento orquestrado para atingir a imagem do parlamentar seridoense. Há quase um mês, o grupo da deputada Sandra Rosado (PSB) vem vendendo a versão, fantasiosa, deixando ao largo a autenticidade dos fatos. Não temos procuração para defender João Maia, nem vai daqui um atestado de bondade ao parlamentar. Mas, sim, o dever de apresentar a verdade ao leitor. Cabe esclarecer: 1 - O Ministério dos Transportes está impossibilitado de liberar verba para a BR-110 enquanto não for concebido um estudo de viabilidade econômica e licença ambiental. Inclusive, na audiência com a bancada federal quinta-feira passada, o ministro Alfredo Nascimento fez o devido esclarecimento, quando firmou-se o compromisso de que o Governo do Estado vai elaborar os estudos, e a partir do ano que vem, o Ministério iniciará o processo de liberação de verba. 2 - Diante da impossibilidade de os R$ 8 milhões serem liberados neste ano, houve um pedido da governadora Wilma de Faria (PSB) para que a bancada federal assinasse um termo, permitindo que essa verba fosse destinado para a continuação das obras de construção da BR-226, que já alcança o município de Almino Afonso, no Médio Oeste. Pois bem. É fantasiosa a versão de que a verba estaria sendo desviada por João Maia para atender os interesses na região do Seridó. A verdade é que esse dinheiro é decisivo para evitar a paralisação das obras da 226, rodovia tão importante – ou mais – quanto a BR-110. Inserida no corredor do Nordeste, a 226, com 215 quilômetros de extensão, é um projeto antigo, iniciado há duas décadas, a partir de Natal, passando por Currais Novos, São Vicente, Florânia e Jucurutu (Seridó), Campo Grande, Janduís, Patu, Almino Afonso, Pau dos Ferros e Encanto (Oeste). A obra avançou e começou a cruzar o Médio Oeste, faltando apenas 80 quilômetros para a sua conclusão. Quanto estiver pronta, será o caminho do escoamento da produção regional. Então, não é verdade que houve movimento para desviar recursos do Oeste para o Seridó, mas sim, aproveitar verba “parada” para uma obra que não pode parar.

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