segunda-feira, 14 de abril de 2014

Coral Josafá Inácio da Costa

http://www.omossoroense.com.br/images/A-Images/2014/abril/13042014/coral-josafa.jpgMossoró é uma cidade com muitos grupos musicais de perfis diversos, entre eles: chorinho, jazz, forró pé de serra, banda baile e de percussão, sobre os quais publicamos neste jornal. A seguir, abordaremos uma breve história do grupo vocal da Uern, Coral Josafá Inácio da Costa.
Segundo o regente e professor universitário aposentado Josafá Inácio da Costa, responsável por parte do conteúdo a seguir, em 1987, quando o mesmo lecionava Língua Latina no Curso de Letras, na Fundação Universitária Regional do Rio Grande do Norte – FURRN, hoje Uern, o então pró-reitor de Cultura, Felipe Caetano, idealizou formar um coral com funcionários, estudantes e professores da FURRN, para apresentar uma representação musical à comunidade capaz de abrilhantar eventos, tanto da cidade, quanto da Universidade. Para isto, numa reunião de Departamento, ao expor sua proposta, recebeu apoio dos companheiros. Contudo, faltava o regente, mas, Delmira Maria Freire, chefe do Departamento de Letras, apresentou o nome de seu esposo, Josafá Inácio da Costa, músico com experiência à frente de coral.
Contatado por Felipe, Josafá aceitou assumir a batuta. Então, no dia seguinte seu nome foi aceito pelo reitor Antônio Capistrano. Após isto, Josafá convidou alguns conhecidos e definiu qual voz, soprano, contralto, tenor ou baixo, cada componente cantaria. Em seguida passou a ensaiá-lo depois das aulas em salas da Universidade. Os primeiros componentes foram: Dr. Paulo Fernandes, Dr. Elder Heronildes, Walterlin Lopes, Salete Maria, Maria José, Cláudio Góis, Maria Delfino, entre outros.
Seguindo algumas normas feitas pelo grupo e subordinado à Pró-Reitoria de Cultura da FURRN, posteriormente à Chefia de Gabinete, este coral fez sua estreia em 2 de abril de 1988, ao aceitar o convite do saudoso monsenhor Américo Simonetti para se apresentar no aniversario da Rádio Rural de Mossoró. Na ocasião o Coral cantava apenas as músicas: A Pastoral, de Beethoven, e a trilha sonora Dó - Ré - Mi, de A Noviça Rebelde. Posteriormente, formou repertório eclético e abrilhantou outras solenidades, algumas citadas foram: seminários, aberturas de cursos, formaturas, casamentos, celebrações religiosos e culturais. Cantou também nas cidades potiguares de Upanema, Governador Dix-sept Rosado, Areia Branca. As melodias mais executadas foram: Gente Humilde, de Garoto, e Solidão de Amigos, de Jessé. No início a locomoção dos coralistas era feita nos seus próprios carros, após quatro anos, nos da Universidade.
Sob sua condução, o coral fazia no mínimo uma apresentação por mês e tudo transcorria dentro da normalidade, mas, em agosto de 1996, Josafá sofreu um infarto e afastou-se das atividades para tratamento de saúde, período no qual o grupo ficou inativo. Até que, em 1997, por insistência da Reitoria, ele retomou os ensaios, todavia, permaneceu apenas quarto meses, pois, percebeu sinais de estresse.
Josafá destacou a postura de Maria José Castro Rodrigues, ex-coralista e ex-diretora administrativa do Conservatório de Música D'alva Stella Nogueira Freire, por ter sido uma das mais pontuais, entusiasmada e interessada pelo Coral, bem como, por ter assumido a função de secretária do grupo. Outro citado foi Lima Neto, ex-diretor do Conservatório. Este também foi integrante no início do coral e quem começou a discutir a importância de um Conservatório de Música para cidade. “Ele costuma dizer que o Conservatório é filho do Coral”. Frisou Josafá. Concluiu abordando sobre incentivo e gratidão: “Os reitores deram o apoio necessário. Chegaram a adquirir teclado, pastas, caixas de som e farda dadas pela Universidade”.
Em setembro de 1998, Lima Neto e Maria José convidaram o instrutor musical do Conservatório, Gideão Lima da Silva. Sobre esta fase, Gideão lembrou que o coral passou a fazer dois ensaios semanais no edifício Epílogo de Campos, onde funcionava o Conservatório de Música ao qual ficou ligado. Assim, se apresentou no Banco do Brasil, Petrobras, Casa de Saúde São Camilo de Lellis, Requinte Buffet, capela de São Vicente, Igreja de São José, Catedral de Santa Luzia, Assembleia de Deus, Rádio Rural, TV Cabo Mossoró – TCM, no Projeto Seis e Meia fez janela para Olívia Byington. Nas cidades do RN: Assu, Pau dos Ferros, em Natal no Teatro Alberto Maranhão. Nesta fase, participou do CD lançado pelo Conservatório em 2005. A música preferida sob sua regência foi: Canção da América, de Milton Nascimento.
Em 2006, Lima Neto propôs e foi aceito pelo então reitor Walter Fonseca, nomear, através de portaria, todos os grupos do Conservatório. Ao coral foi dado o nome do seu primeiro regente “Josafá Inácio da Costa”.
Em 2008, Gideão aproveitou a aprendizagem musical existente no coral para abordá-la em sua monografia do curso de Licenciatura em Música da Uern, com o tema: “Processo de Ensino e Aprendizagem no Coral da Uern”.
Aos risos, o maestro lembrou que numa das vezes que o coral foi a Pau dos Ferros, na hora da refeição numa churrascaria, a pedida foi carne de boi assada. Porém, o integrante Marcos Melo (Marcão) “sempre gostou de comer bastante. Agente achou engraçado, porque quando o garçom passava, ele perguntava: É carne? É não. É o quê? É peixe. Desce. De outra vez o garçom passava, Marcão perguntava: É Peixe? Não. É úbere. Desce. Tem coração? Tem não. Tem linguiça. Desce. Não sei por que ele perguntava. Não tinha necessidade. Porque o que fosse ele mandava servir”. Como esta conduta foi percebida pelos coralistas, eles se divertiram durante a viagem de volta importunando Marcos de “É o quê?”. Risos.
Considerado por muitos profissionais desta arte, como um dos músicos mais completos de Mossoró, o também produtor musical Gideão Lima esteve à frente do Coral em pauta durante quinze anos desempenhando as funções de: regente, arranjador, correpetidor e preparador vocal. Até que, segundo Maxsuel Alson de Paiva Galvão, em setembro de 2013, Alexandre Náder, chefe do Departamento de Música da Uern, Alisson Dantas diretor do Conservatório, e Maxsuel Galvão, professor substituto do Departamento de Artes, acrescentaram a proposta do Coral servir como “laboratório” para os acadêmicos de música da Uern e os estudantes do Conservatório exercitarem técnica vocal e regência, bem como: ouvirem seus arranjos e atuarem como chefes de naipe. Nesta fase, a batuta foi entregue a Maxsuel Galvão. Este, em 20 de dezembro de 2013, apresentou o Coral com vinte e dois componentes no West Shopping Mossoró.
Marcos Batista
Músico da Banda Municipal Artur Paraguai, professor de Música da Escola de Artes de Mossoró e especialista em educação musical
Fonte: O Mossoroense

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