Sem motivos concretos para deflagrar uma paralisação da categoria, o
Sindicato dos Trabalhadores em Educação - SINTE-RN, tenta emplacar uma
greve política, buscando envolver os professores da rede estadual na
defesa das cessões irregulares de servidores para a entidade. Por
recomendação do Ministério Público, a Secretaria de Estado da Educação
convocou de volta para as salas de aula 36 servidores cedidos ao
sindicato. Como eles não se apresentaram, processos por abandono de
cargo estão sendo abertos e suas faltas foram descontadas do salário.
Embora o sindicato acuse o Estado de perseguição, o fato é que a
secretária da Educação, professora Betania Ramalho, precisava cumprir a
recomendação da promotoria, sob risco de sofrer sanções por improbidade
administrativa. Ela reconhece que o sindicato é indispensável para as
conquistas da classe trabalhadora e que nenhuma democracia se consolida
sem uma força como essa. “A entidade é forte, tem uma arrecadação
indiscutível, de R$ 4,5 milhões por ano, somente com a consignação dos
servidores da Educação do Estado, por isso pode se organizar sem as
cessões.”
Betania Ramalho ressalta ainda que sempre manteve o diálogo aberto
com a categoria e procurou trabalhar em conjunto para garantir os
avanços na carreira do professor do Estado. “Quando assumi a gestão em
2011, esperava uma postura diferente do SINTE, acreditando que
poderíamos construir juntos grandes avanços para a carreira do
professor, afinal eu também sou professora e não concordo com o abismo
que existe nesse país da carreira do professor federal com o da Educação
Básica. Infelizmente, a postura do sindicato sempre foi de confronto,
provocações políticas e pouca discussão sobre o que realmente é
importante. Quem mais perde com isso é a categoria.”