quinta-feira, 15 de novembro de 2012

COMO HOMENAGEM AO SENHOR ELIZEU FREIRE E SUA FAMÍLIA PUBLICAREMOS NOVAMENTE A ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNAL DE UPANEMA EM 2008

Ele não gosta de vender os imóveis daqui de Upanema. Muitas pessoas já tentaram comprar, mas ele não aceita. Ele gosta do ditado “Quem vende, o sol se põe; quem compra o sol nasce”, quando alguém quer comprar um imóvel seu.

Sempre quer vir a Upanema nos finais de semana, mesmo contrariando os familiares.

Quando terminavam as eleições, com a expectativa de quem ganhava, a casa dele ficava cheia de gente perguntando sobre o resultado. E ele geralmente acertava em cheio.

JORNAL DE UPANEMA: Dos que são vereadores, quem vai se eleger?
ELIZEU FREIRE: Eu não sei responder com certeza porque não estou em campanha. O negócio é meio apertado. Nonato, é arriscado ganhar.
Quem vai se eleger folgado é Júnior de Anterim. Elzimar, pela família, também vai se eleger. Rita terá dificuldade por causa de Valério.

JORNAL DE UPANEMA : Sobre Maristela?
ELIZEU FREIRE: Será eleita folgado (entrevista realizada antes da eleição), se o pessoal souber trabalhar.

JORNAL DE UPANEMA: Saber trabalhar como?
ELIZEU FREIRE: Se procurar ver a varedinha que ela segue.

JORNAL DE UPANEMA: O senhor não acha que o povo de Upanema vai reconhecer o trabalho de Jorge e votar na candidata dele?
ELIZEU FREIRE: A campanha da maneira que estava, era uma campanha vitoriosa. Agora, com a adesão de Nonato, não sei como ficou.

JORNAL DE UPANEMA: O senhor acha que a família Garcia é tão forte assim que dá para decidir uma eleição?
ELIZEU FREIRE: Não. Não dá pra decidir, não.

JORNAL DE UPANEMA: O senhor acha que as igrejas influenciam muito na eleição?
ELIZEU FREIRE: Não. Acho que é muito pouca a influência.

JORNAL DE UPANEMA: As igrejas não estão muito divididas?
ELIZEU FREIRE: Não. Pra mim tá tudo misturado.

JORNAL DE UPANEMA: No passado também falava-se em dinheiro como hoje?
ELIZEU FREIRE: Não. No passado não era tão explorado como hoje. Hoje é mais explorado. Naquele tempo votava-se pelo voto do compadre, no amigo.Hoje em dia a amizade ainda vale muita coisa. Se você for na casa de um amigo, com uma boa conversa, é difícil você não convencer ele. Tendo a amizade, tem a base.

JORNAL DE UPANEMA: Na vitória de Antonio Targino com 19 votos, como foi?
ELIZEU FREIRE: Naquele tempo conversamos com os amigos e vimos que era melhor para Upanema a vitória de Targino do que a de Valério.

JORNAL DE UPANEMA: Naquele tempo o senhor conhecia todas as urnas, não era?
ELIZEU FREIRE: Era. Hoje eu não conheço mais. Eu conhecia. Quando fui pra Mossoró, fiquei distanciado. Agora estou esquecido.
Eu anotava num caderno os eleitores, por nomes, por sítio. Era como se fosse uma pesquisa moderna de hoje. E sabia as urnas e onde as pessoas votavam.

JORNAL DE UPANEMA: Quando era vice, ganhava dinheiro?
ELIZEU FREIRE: Recebia uns contos de réis.

JORNAL DE UPANEMA : Como comerciante, do que o senhor se lembra?
ELIZEU FREIRE: Tonheiro das Barreiras arrendava o carnaubal e me vendia o pó. Mané Rocha era comprador também. Toda semana eu levava cera pra Fortaleza. Carregava de cera aqui e trazia mercadoria. Oton tinha uma máquina.

JORNAL DE UPANEMA: Como foi a ida para Mossoró?
ELIZEU FREIRE: Em Mossoró eu botei um comércio e depois voltei novamente. Eu gosto é daqui.

JORNAL DE UPANEMA: Quem foram os primeiros políticos que deram apoio ao senhor?
ELIZEU FREIRE: Nelson Queiroz, Manuca e Antônio Florêncio.

JORNAL DE UPANEMA: O senhor trabalhou em quê mais?
ELIZEU FREIRE: Trabalhei em serraria, cerâmica, cera de carnaúba, e criação de ovelha e gado.

JORNAL DE UPANEMA O que faz gostar de Upanema?
ELIZEU FREIRE: Aqui aonde eu chego, converso. Em Mossoró, amanhece o dia, é a porta fechada. Anoitece, é a porta fechada. Ninguém ver gente. Isso é lá lugar de morar?Aqui eu posso usar um carrinho. Em Mossoró, não, por causa do trânsito. Isso é uma coisa que até a saúde me traz. Com o problema do meu esquecimento, se eu saio e vou aqui, pra ali, pra acolá. A gente vê que é melhor aqui. Hoje não vou mais a um comício por causa da batucada, da poeira. Mas gosto de participar das conversas, dos acontecimentos.

JORNAL DE UPANEMA: Tem vontade de voltar a morar em Upanema?

ELIZEU FREIRE: Sim. Mas só se todos da família vierem.

JORNAL DE UPANEMA: Que lembra das campanhas passadas?
ELIZEU FREIRE: Lembro que havia discursos, mas pouco se falava.

JORNAL DE UPANEMA: E a Maternidade?
ELIZEU FREIRE: Lembro que arrematei a Maternidade e fiquei mantendo.

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