::fonte: DIRED
Embora alguns céticos e, principalmente, críticos da Educação, em nosso Estado, só vejam a parte que lhes interessa, deixando de lado a parte que autentica as ações que os órgãos gestores produzem em prol do avanço gradativo da mesma; ainda assim, indiferentes a eles, algumas instituições de ensino público do nosso estado estão se destacando na produção de formar valores para as diversas áreas do ensino, especialmente, aquelas voltadas para a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e o ingresso no IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte), como foram os casos dos alunos das Escolas Estaduais José Calazans Freire e Prof. Alfredo Simonetti, em Upanema/Rn...
ESCOLA ESTADUAL JOSÉ CALAZANS FREIRE
Letícia Alves Barbalho, 12 anos, cursando o 8º ano na Escola Estadual José Calazans Freire, é filha de Francisco Balbino (funcionário público) e Marta Alves (professora de Inglês da rede pública de ensino) e foi a primeira colocada, no Rio Grande do Norte, entre todos os participantes da 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e 59ª colocada entre todos os participantes do Brasil.
Letícia ganhou a medalha de ouro – que será entregue pela Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff –, em evento a ser realizado no Rio de Janeiro.
Prêmios – Além da medalha de ouro que será entregue pela Presidenta do Brasil, Letícia ganhou um curso de Iniciação Científica Jr., oferecido pela OBMEP, a ser realizado na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN –, com disciplinas voltadas para a Matemática, em alto nível, e com assuntos abordados nas áreas de Criptografia, Geometria Fractal, Teoria dos Números, dentre outros. Do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Letícia irá receber uma bolsa no valor de R$ 100,00 (cem reais) para ela custear as suas despesas.
A caminhada – Apesar da paralisação no ano de 2011, Letícia não teve prejuízo na orientação de sua preparação para participar das Olimpíadas de Matemática. O seu professor de Matemática, Josiel Gondim, disponibilizava o seu tempo livre para poder acompanhar, de perto, os esforços de sua caminhada. Na época da greve, o professor dava aulas pela manhã; com a volta às salas de aula, lições no período noturno.
“Estudava pelos livros e, também, pelas edições passadas das Olimpíadas. Quando ia para casa, o professor Josiel me entregava umas apostilas para eu estudar e exercitar ainda mais o meu raciocínio matemático”, disse.
Perguntada se ela tinha pensado em desistir, Letícia foi enfática na sua resposta: nunca!
“Enquanto eu via alguns colegas desistindo, eu, pelo contrário, persistia. Na verdade, não me custava caro e nem cansativo estudar para as Olimpíadas de Matemática; afinal de contas, é uma das disciplinas que eu mais gosto e, portanto, é prazeroso fazer o que eu fiz. Sinceramente, eu não esperava ganhar a medalha de ouro, mas ela veio e, isso, compensa qualquer esforço realizado. No final, graças a Deus, valeu a pena”, falou.
A participação dos pais – Letícia fez questão de dizer que o incentivo de seus pais foi de fundamental importância para que ela tivesse o equilíbrio necessário para poder se dedicar a estudar para a 7ª Olimpíada. “Sem a participação deles, nessa caminhada, ficaria muito difícil. Com isso eu quero dizer que a família é de grande ajuda num momento como este”, revelou.
Um recado para os colegas – indagada sobre o que ela tinha para deixar como mensagem para os colegas, ela pensou um pouco e disse:
“Que estudem. Não desanimem, pois, no final, vale a pena. De fato, dá resultado. Estudando a gente vê as coisas acontecerem”.
O que gosta de fazer afora os estudos – assistir a programas televisivos, jogar em vídeo-game (de preferência aqueles que têm jogos de matemática) e brincar com suas amigas.
O pai – Letícia disse que a mãe, ao receber a notícia de que ela tinha sido a 1ª colocada no Rio Grande do Norte, sendo medalha de ouro, tratou de dar a notícia ao marido; porém, na pressa de dá-la, esqueceu-se de dizer qual fora a classificação da filha. Segundo Letícia, era a sua mãe de um lado da linha do telefone e, do outro, o pai que ria e pulava – tudo ao mesmo tempo – e gritando: qual a classificação? Qual a classificação?
A palavra do Diretor do Calazans Freire – Antonio Carlos da Costa Jr. é o atual diretor da Escola Estadual José Calazans Freire e foi quem acompanhou a sua aluna até a 12ª DIRED para ela receber os parabéns das vice-diretoras do órgão gestor e para ela ser entrevistada, também, pelo professor/jornalista Marcos Antonio de Oliveira, do jornal Gazeta do Oeste e editor do caderno Escola do referido jornal.
“Para a escola foi muito importante, pois incentiva aos outros alunos a se dedicarem mais aos estudos. Ou seja, serviu e vai servir para os outros alunos, já que o feito de Letícia passa a querer ser copiado por uma boa parcela de alunos da nossa comunidade. E isso é muito bom, pois encaminha para os diversos concursos. Com relação à Letícia, ela já tinha sido medalha de Honra ao Mérito, no ano de 2010 e, no ano de 2011, perseguiu ainda mais os seus objetivos e alcançou o topo no nosso Estado. Como gestor, quero parabenizá-la e dizer que ela é um exemplo para todos e que a escola sente muito orgulho de tê-la como aluna. Gostaria de agradecer ao professor Josiel Gondim, pela dedicação e desapego ao seu tempo livre. A sua parcela de contribuição na concretização desse sonho é substancial”, discorreu.
ESCOLA ESTADUAL PROF. ALFREDO SIMONETTI
A Escola desfilando e trazendo...
... a convicção de suas conquistas
Marcos Alexandre Gondim Oliveira, 13 anos, cursando o 8º ano da Escola Estadual Professor Alfredo Simonetti, é filho de Alcione da Silva Oliveira (funcionário de uma empresa privada) e de dona Mércia (promotora de vendas) é um desses jovens que despertam a curiosidade de quem o vê: estatura mediana para a sua idade, sobressai-se pela curiosidade do seu olhar. Aparentemente irrequieto, na verdade, Marcos é ativo e presta muita atenção em tudo o que está ao seu redor. Ao falar, ele demonstra segurança no que diz a respeito dos planos para o futuro.
Colocação na OBMEP – Dos 300 alunos premiados, do Nível I, com medalha de prata, Marcos Alexandre Gondim Oliveira foi o 1º lugar no Rio Grande do Norte e o 161º no Brasil. No geral, Marcos ficou em 2º lugar no Rio grande do Norte e em 220º no Brasil.
Premiação – Além da medalha de prata, Marcos também receberá uma bolsa, do CNPq, no valor de R$ 100,00 (cem reais) para custear suas despesas e um curso de Iniciação Científica Jr., que será realizado na UERN, através do qual ele terá oportunidade de estudar Matemática de alto nível. Criptografia, Geometria Fractal, Teoria dos números etc. serão assuntos abordados nesse curso.
O dia a dia – Marcos, com seus olhos a percorrem o ambiente em que se encontrava, contou que estuda porque gosta e que o incentivo dos pais é muito importante para ele se sentir cada vez mais focado no seu objetivo.
“Enquanto muitos colegas não se dedicavam, eu compreendi que somente com dedicação e empenho é que eu ia conseguir alcançar o meu sonho de me classificar nas Olimpíadas. Por isso, eu não deixei nunca de estudar. O resultado foi isso: a medalha de prata”, disse.
Uma coincidência e um estímulo – Em 2005, o aluno Alcione da Silva Oliveira, pai de Marcos, participou das Olimpíadas de Matemática. Na época, ele cursava o 3º ano do Ensino Médio, na Escola Estadual José Calazans Freire. Quando saiu o resultado, ele tinha tirado a medalha de bronze. Seis anos após, o filho seguiu o caminho do pai e conseguiu êxito na mesma jornada.
“Tenho em meus pais um estímulo muito grande para estudar. O meu pai foi medalha de bronze e eu, agora, medalha de prata. É muito importante ter tranquilidade e apoio para estudar. Eu tenho os dois, lá em casa, graças a Deus”, falou.
As brincadeiras – Marcos disse que gosta de fazer aquilo que todo adolescente gosta de fazer: brincar, assistir TV, jogar vídeo-game, assistir a filmes e brincar com seus colegas. “Mas eu não me descuido dos estudos. É o meu futuro, tenho certeza”, concluiu.
Franklin William Medeiros Carlos, 14 anos, aluno, hoje, do 1º ano do Ensino Médio, tem a altura de um jogador de vôlei ou de basquete. De aparência calma e de fala compassada, expressa-se medindo muito bem as suas palavras.
O feito – Franklin, simplesmente, fez a proeza de passar no IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte), em Edificações (em primeiro lugar) – isso, em todo o Rio Grande do Norte, independente de qual curso os outros concorrentes tenham participado.
O início – No começo dos estudos, Franklin, segundo revelou, estudava até de madrugada. “Por diversas vezes, eu me levantava de noite, estudava um pouco, voltava a dormir e, mais tarde, já de madrugada, acordava e voltava a estudar, muitas vezes, até o dia amanhecer”, comentou.
A caminhada - Com a continuidade, Franklin, além de estudar na escola, também passou a frequentar cursinho em Mossoró, para reforçar o aprendizado.
“Quando do período de greve nas escolas, eu não desanimei. Estudava em casa e, apesar das cobranças dos meus pais, eles me davam totais condições para eu continuar com os meus estudos”, disse.
Uma palavra de incentivo – Consciente do seu papel, embora ainda não se atreva a definir um futuro próprio, Franklin demonstra ser um jovem espiritualizado e temeroso aos preceitos religiosos do seu deus.
“Para tudo é preciso dedicação. Sem a dedicação necessária não se alcança os objetivos traçados. Outra coisa importante é o incentivo e o apoio da família. Sem ela, o caminho se torna mais árduo. Também é preciso ter fé naquilo que se quer alcançar e acreditar na força da oração. Por fim, é estudando que vemos os resultados aparecerem”, finalizou.
A palavra do diretor do Alfredo Simonetti – Dário Alessandro de Souza responde pela atual direção da escola. Com um sorriso estampado, pela satisfação de ver dois de seus alunos sendo destaques em concursos distintos, ele confidencia que “é um motivo de orgulho e de alegria para a comunidade escolar da cidade de Upanema/RN”, contou.
“Essas conquistas educacionais servem de parâmetro para ver se estamos indo na direção certa. Quero frisar, no entanto, que o diferencial está na disposição de nossos educadores de abrir mão de suas folgas para se dedicarem a repassar conhecimentos para esses jovens. Eles são voluntários neste trabalho e dão aulas no contraponto de suas cargas horárias. A eles, o nosso reconhecimento e, principalmente, o nosso agradecimento”, concluiu.
Colocação em nível de Estado e de Brasil – A cidade de Upanema/RN, até então, ocupava a 16ª colocação, juntamente com 18 cidades. Com as medalhas conquistadas nesta Olimpíada, Upanema pula de 16º para 10º colocado (considerando apenas as medalhas de ouro, prata e bronze).
... se todas as escolas da nossa circunscrição copiarem o exemplo do município de Upanema e colocarem como meta o compromisso de cada vez mais avançarmos nessas conquistas, com certeza, em pouco tempo conseguiremos êxito em medalhas e muito mais ingressos nas instituições federais. O segredo desta fórmula de sucesso? Quem diz é o diretor do Alfredo Simonetti: “Basta que todas as escolas, a começar pelos seus diretores e professores (inclusive, os de matemática), busquem e acreditem nos seus alunos, valorizando suas capacidades intelectuais e, também, se disponham a trabalhar, se necessário, voluntariamente em outro horário com esses alunos. Desta forma, certamente, conseguiremos alcançar grandes conquistas” (Dário Alessandro).
O professor Antonio Carlos (diretor do José Calazans) e a medalhista de ouro da OBMEP, Letícia Alves Balbino
O professor Dário Alessandro (Diretor do Alfredo Simonetti) com o medalhista de prata da OBMEP, Marcos Alexandre Gondim Oliveira
O professor Dário Alessandro (Diretor do Alfredo Simonetti) com o 1º lugar do Rio Grande do Norte, no IFRN, Franklin William Medeiros Carlos
Marcos, Letícia e Franklin: um pódium de ouro e prata
Pai (Alcione - medalha de bronze na OBMEP de 2005) e filho (Marcos - medalha de prata na OBMEP de 2011): unidos, também, nas conquistas
Os Diretores e seus pupilos
No gabinete da professora Magali Delfino - diretora da 12ª DIRED -, diretores e alunos, ao lado das vice-diretoras da12ª DIRED (sentadas) e, também, da coordenadora do Mais Educação, Socorro Bezerra (em pé): o registro do blog
NOTA DA 12ª DIRED:
A professora Magali Delfino, diretora da 12ª DIRED, através de sua assessora e coordenadora da OBMEP – Joana Torres – solicitou que trouxessem os jovens para que eles pudessem ser parabenizados, pela diretoria da 12ª DIRED, e para que fossem entrevistados pelo jornal GAZETA DO OESTE e que seus feitos educacionais fossem relatados no caderno Escola do referido jornal, para que sirvam de exemplo e de incentivo para os outros alunos da rede pública de ensino.
A professora Magali Delfino reconheceu que o ano de 2011 foi um ano difícil para a educação do Rio Grande do Norte, mas que exemplos como estes, advindos das adversidades, tais como: falta de professores, paralisação das escolas por um determinado período de tempo, mostram que é possível se fazer uma educação de qualidade, principalmente, quando seus atores são compromissados com a sua realidade estudantil.
2 comentários:
Observação:
O blog da 12ª DIRED cometeu um equívoco quando disse que o ganhador da medalha de Bronze na OBMEP 2005 foi o pai de Marcos. Talvez o equívoco tenha se dado pelo motivo de que o nome do medalhista de bronze de 2005 e o nome do pai de Marcos sejam os mesmos, ou seja, Alcione.
Alcione medalhista de 2005 mora atualmente no P.A. Monte Alegre e é funcionário público municipal.
EXISTE ESSE RACIOCÍNIO MATEMÁTICO? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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