Cezar Alves
Da Redação
Upanema - No município de Upanema, retornar de uma pescaria na Barragem de Umari contando que capturou um peixe de meio metro e pesando mais de 20 quilos não é história de pescador. É uma realidade que já se tornou motivo de preocupação da Colônia de Pescadores Z-52, que reúne 196 profissionais de pesca. Inaugurada há 11 anos, Umari está infestada de Tambaquis, uma espécie de peixe nativo da Amazônia, que em sua fase adulta chega a medir 1 metro e pesar 45 quilos.
Da Redação
Upanema - No município de Upanema, retornar de uma pescaria na Barragem de Umari contando que capturou um peixe de meio metro e pesando mais de 20 quilos não é história de pescador. É uma realidade que já se tornou motivo de preocupação da Colônia de Pescadores Z-52, que reúne 196 profissionais de pesca. Inaugurada há 11 anos, Umari está infestada de Tambaquis, uma espécie de peixe nativo da Amazônia, que em sua fase adulta chega a medir 1 metro e pesar 45 quilos.
A barragem de Umari foi construída pelo Governo Federal em parceria com o Governo do Estado com capacidade para armazenar até 300 milhões de metros cúbicos de água. Sangrou pela primeira vez em 2008 e a segunda em 2009. É o terceiro reservatório no Rio Grande do Norte em capacidade de armazenamento de água doce. Apesar de já fazer mais de 10 anos que foi inaugurado, ainda não existe um aproveitamento adequado da reserva hídrica.
Sua principal utilidade tem sido a pesca e assim mesmo agora está sendo vista com preocupação pelo presidente da Colônia de Pescadores do município, o pescador José Francisco dos Santos. E o motivo da preocupação é a história verídica, provada com fotografia, contada pelo pescador José Jerônimo, de 28 anos. Ele capturou, usando um arpão, um tambaqui de 20 quilos. O ex-presidente da colônia Genário Sério, há poucas semanas, capturou um de 23 quilos.
Como se trata de um peixe de carne nobre, deveria ser motivo de muita alegria dos pescadores de Upanema. No entanto, a presença do Tambaqui é motivo é de dor cabeça e até uma ameaça aos pescadores. Segundo José Francisco dos Santos, os pescadores colocam redes para capturar espécies como Tucunarés e Tilápia e no outro dia está tudo rasgado.
Os tambaquis, que também são conhecidos por Pacu, destroem tudo, causando prejuízo aos pescadores. "Já perdemos várias redes de pesca", diz José Francisco dos Santos, que também está preocupado com a pesca de arpão praticada pelos pescadores. "Eles mergulham e como o peixe é grande, forte pode causar problemas", diz.
De origem das águas dos rios da Amazônia, os tambaquis que apareceram na Barragem de Umari não foram colocados lá pelos pescadores do município. Na verdade, estes peixes foram colocados em açudes de Campo Grande e migraram para o Umari. "Aqui nós colocamos 100 alevinos de tilápia, mas acreditamos que a grande quantidade de tucunarés reduziu esta população para no máximo 5 mil. Precisamos aumentar esta população de tilápia para melhorar a produção dos pescadores", diz José Francisco, que é conhecido na cidade por Dedé de Cafu.
UMARI
O reservatório de Umari é gerenciado pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SEMARH) e é um dos mananciais que será usado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) para criação de tilápia em cativeiro. O projeto inicialmente está sendo implantado na barragem de Santa Cruz, em Apodi, de Pau dos Ferros, em Pau dos Ferros, e Armando Ribeiro Gonçalves, em Itajá, no Vale do Açu. Até o projeto ser concluído, os pescadores terão que enfrentar os tambaquis destruindo as redes de pesca de tucunaré e tilápia.
FONTE: Jornal DeFato
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