terça-feira, 30 de março de 2010

NO JORNAL DE FATO

DNIT espera concluir obra antes do prazo
CÉZAR ALVES
Da Redação

Upanema - "Eu quero ver é a primeira pá de terra sendo colocada na BR-110. Quero plantar melancia e ter condições de ir vender lá na 'Cobal' de Mossoró". A declaração é do agricultor Veriano Fagundes da Silva, 43 anos, residente na localidade Chafariz, em Upanema, referindo-se a BR-110, trecho que compreende entre Mossoró e Campo Grande, passando pela cidade de Upanema, que terá o edital de licitação publicado hoje no Diário Oficial da União.

O lançamento do edital de licitação aconteceu ontem no Auditório da Câmara Municipal de Upanema, com a presença da deputada estadual Larissa Rosado e do deputado federal João Maia, que disse ter conseguido convencer o ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, a incluir a construção do trecho da BR-110 no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), lançado ontem em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além dos deputados, estiveram presentes os prefeitos de Campo Grande, Francisco das Chagas Eufrásio Vieira, conhecido por 'Bibi de Nenca'; e de Upanema, Maria Estela Freitas da Costa; além de vários vereadores e lideranças políticas das cidades de Paraú, Triunfo Potiguar, Janduís, Messias Targino e Mossoró. "A obra interessa a todos, principalmente a nós. E é uma obra do governo Lula", destaca o vereador Pôla Pinto, de Messias Targino. 

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), Fernando Rocha, fez uma exposição de como vai ser feito o investimento de R$ 90,7 milhões nos 77,9 km de extensão da rodovia, bem como a previsão de benefício da rodovia para a população das cidades de Mossoró, Upanema e Campo Grande, assim como as outras próximas. Segundo Fernando Rocha, 74,4% do tráfego será feito por carros de passeio, 2,8% de ônibus e 22,8% de caminhões. Também mostrou que o trecho terá quatro pontes, uma será construída, duas serão adaptadas e a quarta será substituída por uma estrutura mais consistente.

Em seguida, as autoridades presentes falaram da expectativa de receber o benefício. "Nunca deixei de acreditar", diz a prefeita Maria Estela Freitas da Costa, acrescentando que "o povo de Upanema precisa desta estrada, e sabe o quanto vai melhorar o nosso desenvolvimento gerando emprego e renda. Nós queremos ver as máquinas funcionando na BR-110", frisou Maria Estela, que já prepara a festa de assinatura da ordem de serviço.

O processo licitatório, segundo Gledson Maia, do DNIT, deve demorar de 60 a 90 dias. É um prazo legal para que aconteça o processo. Se tudo ocorrer dentro do previsto, logo em seguida será dada a ordem de serviço e as obras já começam. Quanto ao investimento de R$ 90,7 milhões para construir os trechos de 77,9 km de rodovia, Gledson Maia disse que cada obra tem uma particularidade e esta tem muitas que requer um pouco mais de investimento.

O deputado federal João Maia disse que o Ministério dos Transportes já garantiu pelo menos R$ 10 milhões, dos R$ 90 milhões que precisa para concluir a obra. "Não é emenda parlamentar. É terminando uma etapa e chegando dinheiro pra outra", garante o deputado. A construção da BR-110 já foi promessa de tantos políticos que chega a ser motivo de desconfiança. É o caso do agricultor João Firmino Lopes, de Campo Grande. "Só acredito vendo", diz.

Dada a ordem de serviço, o prazo previsto de conclusão da obra é de dois anos, o que, segundo Fernando Rocha, do DNIT, é provável que termine tudo antes. Ele diz que o DNIT já tem experiência no processo de desapropriação de terras e licenciamento de jazidas para agilizar o processo. Entre Mossoró e Campo Grande pelo menos 80 proprietários de terras serão visitados pelo DNIT para negociar a desapropriação afim de construir a rodovia.

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