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Ex-prefeito é sepultado sem pompas e longe de Mossoró

Apesar de ter feito toda sua carreira como político, advogado e médico em Mossoró, Antônio Rodrigues de Carvalho, 82, morreu e foi sepultado hoje em Natal. Velório e enterro no Morada da Paz (Emaús).

O próprio Blog teve dificuldades (que continuam) de obter informações básicas sobre problemas de saúde, internamento, morte, velório e sepultamento de Antônio Rodrigues.

Pelo que foi apurado extraoficialmente, ele terminou sepultado ao final da tarde, sem maiores pompas, quase como um ilustre desconhecido.

História

Nascido em Upanema em 13 de junho de 1927, Antônio Rodrigues foi líder estudantil, professor, advogado, político e médico.

Aportou em Mossoró ainda em tenra idade, ganhando a proteção de João Manoel de Oliveira, vereador na cidade. O apadrinhamento foi decisivo à sua formação, que o projetou para conquistas pessoais inimagináveis para muitos contemporâneos.

A partir de sua atuação com advogado, ele ganhou cacife à eleição de deputado estadual.

A Prefeitura de Mossoró foi conquistada duas vezes.

Sua primeira vitória, pelo PTB, aconteceu no dia 5 de janeiro de 1958. Superou - com apoio da família Rosado - o médico e ex-prefeito Duarte Filho, além do construtor Joaquim Alexandrino Saraiva, o "Quinca Bem". A posse aconteceu no dia 31 de março do mesmo ano.

Vale assinalar, que Antônio Rodrigues não tinha vinculação de um candidato a vice. O eleito foi Francisco Mota, da chapa de Duarte Filho. À época, disputantes ao executivo e o vice eram votados em separado.

Mas seu maior feito mesmo estaria para ocorrer um pouco adiante, dez anos depois. O ano era 1968, em plena ditadura militar.

A mais bela campanha

Desprezado pelo esquema Rosado, ele foi atraído pelo ex-governador Aluízio Alves para ser candidato do MDB em 1968. Bateria de frente com o "imbatível" professor Vingt-un Rosado (Joaquim Borges era o vice).

Parte do grupo de Aluízio em Mossoró insistia no nome do médico Cid Duarte. Seu pai, Duarte Filho, então senador, vociferava em defesa de sua postulação. Terminou ignorado e apoiou na reta final o nome de Vingt-un.

Em artigo assinado no dia 26 de abril de 1999, no jornal Tribuna do Norte, Aluízio denominou a jornada para fazer "Toinho do Capim" novamente prefeito, como "A mais bela campanha". Não é para menos. Tem enredo de epopeia, com vitória nominal por apenas 98 votos, a menor maioria até hoje de um prélio municipal.

Eleito no dia 15 de novembro de 1968, tendo Genildo Miranda como vice, Toinho tomou posse no dia 31 de janeiro de 1969. Poucos meses depois, ele afastou-se da liderança de Aluízio (cassado pelo regime militar).

Outra vez os Rosado passaram a influir no poder, como previsto por algumas vozes do MDB que não queriam Toinho candidato.

"Eu não gosto de perder, mesmo que seja para Toinho nos trair no dia seguinte", afirmou Aluízio Alves em uma das tensas reuniões à escolha do candidato contra Vingt-un, denominado de "O touro". Assim descartou Cid, tido como candidato de fraco apelo popular.

O ex-prefeito, que também chegou a chanceler da hoje Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ainda tentou voltar à vida pública. Sem sucesso.

Morreu hoje com problemas cardíacos e renais, na capital do Estado, deixando dona Maria Augusta como viúva e um casal de filhos.

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