sexta-feira, 30 de outubro de 2009

NO CORREIO DA TARDE

Audiência pública frustra professores

Publicado no Dia 29/10/2009
Os professores de Upanema não escondem a frustração com os resultados da audiência pública realizada no meio desta semana sobre "O Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade". O encontro aconteceu no último dia 26, no Legislativo local.

Inicialmente, a prefeita Maria Stella Freire não compareceu. "O grupo que a representou deixou todos os professores decepcionado", define Rosemary Sobral, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Upanema (SINDSERPUP).

Segundo ela, a secretária municipal de Educação, Fernanda Suerda, não falou mais que dois minutos e, quando interrogada pelos participantes, demonstrou desconhecer a situação da educação local. "Ela sequer apresentou uma proposta de melhoria para o próximo ano. Apenas prometeu que vai analisar o caso, que vai estudá-lo coletivamente".

A procuradora-geral do município, Ana Patrícia, acrescenta Rosemary, "entrou muda e saiu calada". Já o controlador-geral, Gilvandro Fernandes, usou a palavra apenas para falar sobre as dificuldades financeiras porque passa o município, o que estaria, segundo ele, dificultando inclusive o pagamento da folha de pessoal. Gilvandro se negou a apresentar uma cópia da folha de pagamento ao representante da Federação dos Trabalhadores em Administração Pública Municipal do Rio Grande do Norte (FETAM/RN), Francisco de Assis Gomes, presente ao evento.

"Da audiência, destaque-se a postura da vereadora Shirley Costa, que propôs a audiência; do promotor de Justiça Daniel Guerra, do representante da Cut e FETAM/RN, Francisco de Assis Gomes", destaca Rosemary Sobral.

Também participaram da audiência o secretário de Assuntos Agrícolas, Francisco Canindé; a diretora da Escola Estadual José Calazans Freire, Leonilde Sobral; o professor e ex-deputado estadual Júnior Souto, e os professores da rede municipal de ensino.

Ao final, o promotor Daniel Guerra informou que vai enviar à prefeita um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que ela se comprometa a contribuir com a melhoria da educação local.
Segundo presidente do SINDSERPUP, essa audiência é um fato histórico já que nunca se permitia mexer num assunto tão delicado como a educação de Upanema, que tem seu Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2,6 (anos iniciais) e 2,4 (anos finais). Além disso, algumas escolas têm quase 50% de reprovação e péssimas condições de trabalho. "Também não há nenhum programa sendo desenvolvido para atender às crianças com necessidades especiais, pois não há salas para instalar o equipamento que o governo federal enviou", finaliza Rosymeire Sobral.

Nenhum comentário: