terça-feira, 17 de junho de 2008

ENTREVISTA COM DR. DORIAN

ENGENHEIRO DR. DORIAN FALA SOBRE SUA VIDA, BR 110, BARRAGEM DE UMARI ALÉM DA POLÍTICA MUNICIPAL E ESTADUAL.


Por
Anaximandro Eudson, José Mário e Silva Jr. SÍTIO PAU D’ARCO

J.U. – Onde começou seus estudos?
D.F – Eu estudei aqui até o 5º ano no Poré. Depois fui fazer o exame de admissão em Augusto Severo em 1966. Fiz o ginásio em Augusto Severo. Meu tio era diretor do ginásio e eu morei na casa dele durante quatro anos fazendo o ginasial. Depois fui para Natal e me matriculei na Escola Técnica Federal, ETFERN, hoje CEFET. Naquela época existia um curso de estradas e eu fiz. Terminei o curso em 72 e entrei na iniciativa privada em novembro de 72. Entrei numa empresa pesada na qual continuo até hoje, trabalhando no ramo de construção pesada. É um ramo de rodovias, barragens, hidrelétricas, aeroportos, saneamentos, enfim, só não contemplo a parte de construção civil. Quando entrei na EIT, entrei como técnico de curso médio e só depois que eu fiz vestibular para Engenharia Civil. Fiz o terceiro grau de 74 à 78. Eu era funcionário da EIT com curso técnico. E quando terminei Engenharia, fui reclassificado ou classificado, digamos assim, como engenheiro de obras rodoviárias. Graças a Deus minha vida na EIT tem sido sempre num crescimento. A empresa passou por dificuldades, mas graças a Deus hoje estão sanadas e eu fiz a minha área de produção, coordenação, superintendência e hoje estou na área comercial cobrindo quatro Estados do Nordeste que são: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.


J.U – Uma obra que ficou marcada na história de Upanema foi a Barragem de Umari. Sua construção teve muito a ver com sua história e com a EIT?
D.F – Não tenha dúvida. A barragem de Umari, se a gente fosse escrever um livro, daria realmente em livro de todas as fases que a barragem passou. Sem falsa modestia, digamos assim, não posso dizer que eu não contribuí em arrastar um investimento para fazer essa barragem. Essa é uma obra que nasceu da idéia do DENOX. O DENOX tinha no Rio Grande do Norte, como no Nordeste, várias indicações de barramentos e uma das indicações era no rio Do Carmo, na localidade de Umari e Poço Verde. Eu tinha conhecimento desde que comecei a trabalhar na engenharia. Conhecia as indicações do DENOX. Fiquei com aquilo a vida toda e quando chegou a oportunidade que veio o processo da barragem de Santa Cruz, numa conversa com o diretor do DER, mostrei a ele a potencialidade que Upanema tinha com relação à terras. Eu considero Upanema, no Rio Grande do Norte, um lugar ímpar com relação à topografia e à qualidade de solo. Aliado a isso a água no subsolo. Então contei a ele essa história e mostrei todo o potencial que tinha e disse o local de fazer a barragem. Ele consultou o governador na época que era Vivaldo Costa, e ele autorizou iniciar o processo e isso foi feito. Foi licitado em dezembro de 94. Chegou o outro governo, que foi Garibaldi, e aí houve o trabalho de muita gente. E assim nós conseguimos enquadrá-la no projeto de investimento do plano de venda da COSERN. Foi uma coisa que tivemos sorte com essa obra de grande importância. Upanema com essa barragem é uma coisa, e antes era outra. Ainda falta fazer muita coisa, com relação a sua utilização, mas a estrutura está lá. É só chegar agora e desenvolver. Uma obra de 74 milhões que Upanema nunca imaginou chegar. Possui uma bela arquitetura, inclusive, e uma tecnologia que no máximo trinta anos esse tipo de barragem de concreto rolado, e a barragem ficou de uma plasticidade muito interessante.

J.U. – Uma coisa que tem de diferente nessa barragem em relação a de Açu, é que a de lá quando sangra, traz prejuízo e a de Upanema não. Por que isso ocorre?
D.F. – As barragens de concreto que existiam antigamente, eram com sangradouro liso. É o que a gente chama de salto esqui. É uma curvatura, é um “S” que você teria no topo e embaixo uma curva, tipo o de Gargalheira. E isso dá uma velocidade a água estupenda. Isso acontece em Açu. A água sangra com a mesma velocidade que vem, com um poder de destruição muito maior. As barragens de concreto eram feitas naquela época assim. Os técnicos foram desenvolvendo uns modelos reduzidos e chegaram ao degrau. O degrau é um dissipador de energia. A água passa com uma velocidade, e quando chega embaixo é como estivesse nascendo na própria base do vertedouro. Não há umavelocidade de destruição, de arranque. O grande motivo do degrau é reduzir a energia cinética e reduzir a velocidade das cheias. Agregou mais valor a obra de Upanema. Evidente que as barragens hoje já estão com essa tecnologia. Santa cruz já funciona assim, quem passou em Santa Cruz viu a sangria com 1,20m. Você ficava na base do sangradouro e parecia que a água estava parada naquela base em função de toda dissipação que acontecia durante a queda dela nos degraus.


J.U – Falando da beleza estética da barragem. Ela é a maior parede de concreto armada das Américas?
D.F – 2.400m de comprimento. Segundo nosso consultor, um homem que trabalha na Venezuela, que foi até os Estados Unidos fazer supervisão na construção de barragens, ele me disse que na América Latina, era a barragem de maior comprimento. Inclusive maior que a de Santa Cruz, que tem 800m de terra em roqueamento e aqui são 2.400m de puro concreto.


J.U – Com relação a sangria da barragem, a gente observava nas entrevistas do senhor, que existia uma certa ansiedade em ver a barragem sangrando. Em certos momentos o senhor disse que era como se fosse um filho. Qual a emoção que o teve quando ela sangrou pela primeira vez?
D.F – É uma emoção que às vezes você nem imagina. É aquela emoção de dever cumprido; é entender que a barragem chegou a seu ponto máximo, seu clímax, de uma obra de armazenar 300 milhões de metros cúbicos. Muita gente me indagava: rapaz, sua barragem nunca vai encher? E ficávamos com frustração, embora que na minha visão as barragens do nordeste não deveriam sangrar nenhuma. Devia guardar 100% da água que chegasse na sua bacia hidráulica, mas isso não é possível, evidente. Você tem um prazer de ver uma obra funcionando em toda sua plenitude. Eu cheguei nesse período até fazer contas. Eu dizia: está na cota 69; estão faltando 120 milhões; se chover tantos milímetros ela vai sangrar em quinze dias. E o inverno foi reduzindo, e a gente foi ficando angustiando que ela não chegasse a sua cota máxima. Então, hoje chegando naquela barragem e vendo que era um terreno que não tinha absolutamente nada, e a gente nascer aquela obra, no chão como se diz, um interior e chegar aquele nível, como engenheiro, dá orgulho quem tem no seu currículo uma obra como aquela ali.


J.U – O senhor sempre teve o sonho de ser engenheiro, ou ao longo da vida acadêmica o senhor foi se direcionando para engenharia? O senhor que foi atrás da engenharia ou a engenharia foi atrás do senhor?
D.F – Eu acho que a engenharia que foi atrás de mim. Por que na verdade quando eu estava fazendo o ginásio, eu não tinha alcance do eu ia fazer. Os meninos de hoje em dia começam a fazer uma escola e dizem logo: eu vou ser médico, outro diz: eu vou ser engenheiro, vou ser advogado, enfim, qualquer profissão. No final do ginasial, não tinha idéia do que eu ia fazer. Na realidade minha idéia era estudar. Meu pai foi um grande incentivador dos estudos. Quando veio a escola técnica, que era uma escola que tinha um grande nome no Rio Grande do Norte, eu me interessei pra fazer estradas. Isso foi um chamamento,porque eu poderia ter feito Geologia, ter ido pra outro curso. Mas quando eu cheguei no curso de estradas, me identifiquei e vi que ali era meu ideal.


J.U – O senhor é a favor da transposição das águas do Rio São Francisco?
D.F – Eu sou sim, a favor da transposição. Eu acho que é importante a transposição. É uma obra permanentemente de abastecimento humano; é um volume para abastecimento das populações. Então no meio do caminho ela vai ligar os grandes reservatórios. Aqui no Rio Grande do Norte ela vai desembocar em Açu, através da Paraíba e outra linha no Ceará encaixando na barragem de Santa Cruz. Evidente que o que está licitado hoje no primeiro lote, não contempla a barragem de Santa Cruz com Ceará. Esse lote ainda vai ser licitado. Você imagina que como vai ter um volume de água maior, essa capacidade dos reservatórios estaria num nível maior e daria um número maior de sangria. Era mais água passando pelo sangradouro. É bem verdade que na hora que fizer essa transposição, que essa água chegar nos reservatórios, deverão ampliar ou desenvolver os projetos para que tenha um equilíbrio entre fornecimento e recurso. A irrigação depende da oferta de água. A princípio, se ele fosse estanque a esse movimento, ia sobrar mais água ainda. Isso é calculado para ampliar as áreas de irrigação e com certeza vai gerar mais empregos, que é o grande caos do nosso país.


J.U – Com relação a transposição, muito se fala da transposição ser uma obra eleitoreira, e comenta-se também de pressão de grande parte das construtoras. Como ver essa questão?
D.F – O Brasil tem muito isso, de achar que as construtoras mandam no Brasil. No Brasil não se manda em nada. O Brasil mudou muito. As construtoras estão aí para ser o vetor do desenvolvimento do país. As construtoras geram empregos, rendas, tecnologia. O Brasil hoje tem uma engenharia de primeiro mundo. Treinar técnicos, engenheiros, operários. As obras servem pra isso. O Brasil teve um momento de estagnação que hoje nós estamos sentindo. É que não tem mais engenheiro, não tem mais técnicos, não tem mais topógrafos, não tem operadores, porque foi um momento de paralisação. Então com esse aceleramento que aconteceu agora, está no mercado uma loucura e nós não temos mais ninguém porque não foi preparado. Está havendo uma disputa. O mercado elevou o nível salarial do engenheiro, depois de trinta anos de formado eu vi isso agora. Além das obras serem desenvolvimento. Eu vejo que esse país deveria ser um canteiro de obras a vida toda e tem condição pra isso. Esse país com essa imensidão, por exemplo, tem um déficit de rodovia fenomenal. Vou contar uma história bem pra trás. A França deve ser do tamanho de um Estado desse brasileiro, e tinha na época que eu estudava engenharia, duzentas vezes mais quilômetro de rodovia asfaltadas do que o Brasil. Imagine o que é. Em 2006 eu estive fazendo uma visita à França. Eu andei 2.500km e não andei em 1m de rodovia sem ser pavimentada. Então em quantos anos nós vamos chegar a esse nível de excelência? Então, nós temos muitas coisas pra fazer. É preciso um nível de investimento, é preciso o país estar entrando no nível de normalidade econômica financeira, com credibilidade, pra poder empregar essa juventude que vem aí.


J.U – A EIT passou nos últimos anos por uma reformulação na parte de direção, na presidência. Essa reformulação de que fórmula foi feita, está tentando melhorar na forma administrativa?
D.F – Ela reformou o seu quadro de acionistas. Esse foi o primeiro passo que aconteceu. A empresa era de dois grupos: um no Rio Grande do Norte e uma no Ceará. E o grupo do Rio Grande do Norte se afastou da direção da empresa e assumiu o grupo do Ceará. Hoje a empresa pertence a um grupo Cearense. No caminho disso, ela fez reformulações no seu organograma de trabalho, nas suas múltiplas funções. Além de implantar um sistema mais moderno de gestão, velocidade de informação, em termo da informática hoje, ela também modificou na parte operacional com relação à parte comercial. Até para dar velocidade às ações de cada setor. Nós estamos aí, inclusive isso já foi feito, e depois de 50 anos estou estudando para conhecer, me adaptar a esses modelos, a essas metodologias em gestão de funcionamento. Basicamente é isso aí. É um grupo do Ceará que tem controle absoluto da empresa e está partindo para o crescimento vertiginoso. Pra você ter idéia, esse ano a empresa quer ter um crescimento de 100%. No ano passado cresceu 56%. O projeto da empresa é um projeto que tem que se enxergar eterno. É uma empresa que tem 58 anos. É uma empresa que se você procurar no Brasil tem poucas com essa idade no nosso ramo. A maioria chega ao fim antes dos 50 anos.


J.U – Não poderia deixar essa pergunta fora, afinal são quase 50 anos esperando essa BR. Qual sua expectativa em relação a BR 110?
D.F – Eu tenho uma expectativa muito boa dessa BR. No DENIT, é preciso ter projetos para nas horas certas serem contemplados. Essa BR hoje tem um projeto executivo pronto. Há um interesse por parte das autoridades e dos políticos. É uma rodovia importante para o Estado no contexto interestadual. Então, eu tenho uma expectativa pelo que eu escuto falar, e pelo projeto que anda no DENIT, eu também por ser daqui eu fico lá bisbilhotando. É uma obra que está às portas pra ser contemplado. No ano passado foi contemplado pelo Orçamento Geral da União e o projeto não estava pronto. Nesse ano não foi contemplado, mas o projeto estava faltando apenas o estudo de viabilidade econômica. Agora acredito que esse ano esteja resolvido. E no próximo ano ela tá prontinha pra todo mundo brigar por ela, desde seus usuários, autoridades, governos, deputados, para que se possa arranjar recursos pra ela. Na minha visão, eu vejo que é uma obra que a partir de 2009 esteja começando. Essa é minha expectativa.


J.U – O senhor hoje é diretor municipal do PMDB e sucedeu seu pai. Esse interesse pela política aconteceu através de seu pai?
D.F
– Na realidade eu nunca fui político e já disse isso de público. Eu sempre fui técnico. Minha vida é no setor privado. Essa história surgiu por motivo da doença de meu pai. Ele me pediu pra que eu ficasse presidente do PMDB, até ele ficar bom. Era um pedido que eu não podia negar. Não tinha nenhum motivo pra eu negar. E essa coisa foi me pegando e sempre achando que tinha uma missão pra cumprir, e essa missão ia acabar e isso não acaba nunca. Fui me enveredando por essa parte. Eu digo que faço mais a política municipal do que a estadual. As empresas privadas não permitem que você faça isso. Então, eu tenho mais atuação municipal, até por que defendo nosso município e estamos aí para mais um disputa política, na qual temos um pré-candidato que deverá ser homologado na convenção e o que eu entendo é que todos nós temos que ajudar a fazer política em prol do município.


J.U – A amizade que o senhor tem com a família Alves foi através de seu pai?
D.F – Exatamente, foi através de papai. Papai era quem conhecia Henrique Alves e Garibaldi. Foi através dele que eu os conheci. Uma vez eu me encontrei com Henrique e me apresentaram como filho de Zezé. Fizemos amizade, e até hoje temos essa amizade. Todos acham que a gente só conversa sobre política e não é. Realmente foi uma amizade que iniciou através de papai. Certo que a empresa (EIT) já fez vários trabalhos no Rio Grande do Norte, mas nossa amizade já vem de antes disso.


J.U – Até pouco tempo sabíamos que seu nome era citado como pré-candidato e até se comentava que era um candidato que mais aglutinava os outros partidos pra formar a base. Essa decisão de não se candidatar agora, é por que está dando um tempo e no futuro poderá acontecer ou é definitivo?
D.F – Não. Eu acho que nada é definitivo na vida de ninguém. Eu acho que nada, não podemos dizer que não vamos fazer. Esse era um momento muito importante para a empresa, que eu fui convocado pela empresa para um projeto maior. E nesse momento eu não poderia abrir mão desse projeto que será para minha vida toda. Eu nunca tive vaidade de ser prefeito. Sempre tive vaidade que Upanema crescesse. Como muitas pessoas me dizem que passou pela minha cidade e estava muito bonita. Então isso é muito importante. Todos sabem que Upanema evoluiu muito, como poucas cidades do Rio Grande do Norte. Essa é a visão que eu tenho independente de pertencer ao grupo no qual esteja administrando, que é do PMDB, do qual somos amigos.


J.U – Agora vamos falar dos acessos que o senhor tem politicamente e através da empresa. Sabemos que o senhor tem grande acesso com a família Alves. Qual o relacionamento do senhor com a governadora Vilma e o senador José Agripino?
D.F – Na verdade o meu relacionamento é mais profissional, até por que eu não faço política estadual, como eu falei anteriormente. É um relacionamento mais empresarial, como executor. Como cliente nós temos o governo de certa forma. Então é um relacionamento de empresa executora para órgão contratante. Não converso política com ninguém. Acho que aquele momento é um setor privado prestando serviço para o setor público. Então sempre convivi muito bem com isso. Tenho sim um relacionamento com eles, tenho grande respeito para com a governadora e pelo senador José Agripino, que também já foi governo. Também ao senador Garibaldi, enfim, a EIT é uma empresa que presta serviço ao governo do Rio Grande do Norte com muita intensidade e isso que faz com que a gente se aproxime mais da equipe dirigente do Estado.

J.U
– O PMDB na próxima eleição tem o nome de Maristela quase confirmado. Só falta a questão da homologação. Como surgiu o nome de Maristela candidata do PMDB?
D.F – A maioria pensa que foi um nome tirado do bolso e jogado numa mesa sem nenhum critério e sem nenhuma discussão, mas não foi nada disso. O nome de Maristela surgiu numa abertura que o prefeito do PMDB deu aos postulantes das candidaturas, que você sabe que na hora que meu nome foi descartado definitivamente, e nesse pleito surgiram vários nomes, num processo democrático, isso é perfeito, e dentro disso foi inserido o nome de Maristela. Cada um trabalhou o seu nome, e chegou a um consenso com todos os candidatos que seria o melhor nome do grupo para aglutinar, enfim ganhar as eleições. Na verdade foi um processo discutido e foi um processo que passou por todos os outros pré-candidatos, e chegamos a conclusão que era o melhor nome para marchar nesse pleito.


J.U – Sabemos que foi escolhido o nome de Márcia como vice na chapa com Luiz Jairo. Márcia é esposa de Carlinho Garcia. Ficamos sabendo que é uma família que sempre esteve com Zezé e também ao lado do senhor politicamente falando. Como o senhor ver a saída de Márcia para a oposição?
D.F – Na realidade, Carlinho não me falou nada até agora sobre isso. Eu fico triste com essa decisão, se isso for verdade. Não sei os motivos, não sei quais foram os argumentos dentro de um programa de governo que isso possa ter acontecido. Pra nós eu acho uma pessoa amiga, que está junto até hoje, posso dizer assim, com esse grupo, e se isso tiver acontecido, é paz. Cada cabeça é uma sentença e eu não sei, ele deve ter uma justificativa pra dizer aos amigos e à população.


J.U – A ida de Márcia para a oposição, com certeza deve afetar em termos de voto, porque ela fazia parte da situação. O senhor acha que esse impacto da ida de Márcia para a oposição, pode abalar a candidatura de Maristela?
D.F – Eu acho que não. Evidente que há uma defecção no grupo, mas isso não é determinante. A candidatura de Maristela é uma candidatura posta, muito bem avaliada, que nós mesmos com esses acidentes nós temos amplas chances de ganhar as eleições. E quem sabe se quando vai um, vem outro. Eu acho que os candidatos devem ter propostas. O candidato tem que ter uma visão disso tudo e o eleitor quem vai decidir quem é o melhor candidato em função das propostas e histórias. Todo mundo tem sua história. Você faz sua história. A vida é assim, ninguém engana as pessoas a vida toda, engana um dia, mas a vida toda não engana. Não estou dizendo isso descaracterizando candidatura A ou B. O eleitor vai avaliar a melhor proposta, qual a melhor opção para dirigir o município de Upanema. Eu tenho certeza que é o nosso lado e que é a candidatura de Maristela.


J.U – Nas duas vezes que Luiz Jairo foi candidato ele perdeu pra Jorge Luiz. Como o senhor ver a pessoa, o candidato Luiz Jairo?
D.F – Você sabe que eu não converso com Luiz Jairo, não tenho muito o que falar dele, e ele tem direito a postular em ser o prefeito de Upanema. Acho que ele deveria ter uma visão maior, ele é muito fechado dentro de um bloco. Não tenho muito o que falar sobre isso, mas acho que como político não é a melhor opção para Upanema e como pessoa humana nada que o desabone.


J.U – Em relação aos outros irmãos de Carlinhos. O senhor tem conversado em relação a esse fato?
D.F – Tenho conversado. Evidente que depois disso aí, eu não conversei com todos. Tenho conversado com alguns e tem sido todos solidários com o grupo da candidatura do PMDB e PT.


J.U – Acho que é a primeira vez que se ver o PMDB e PT juntos em Upanema. Como o senhor ver essa junção de PT e PMDB?
D.F – Eu vejo com bons olhos. É uma maturidade política, com o PMDB fazendo coligação com o PT em Upanema e a maioria dos partidos. Entendo que é um projeto de visão de futuro e não é um projeto individual de ninguém. E eles responderam muito bem a essa proposta, de um desenvolvimento de Upanema sem vaidade. É um processo de discussão. O PT tem uma pré-candidata, para na verdade sacramentar isso que ainda está em discussões. Acredito que isso chegará a bons termos e chegar outubro pra ganhar as eleições.


J.U – Qual sua avaliação na administração Jorge Luiz?
D.F – A administração Jorge Luiz, eu reputo como uma das melhores do Rio Grande do Norte. Eu digo Rio Grande do Norte por que eu não conheço o restante do país. Não estou dizendo isso porque eu esteja no mesmo bloco. Upanema se desenvolveu de uma forma que a gente não sabe de onde saiu tanto investimento. O programa de habitação em Upanema acredito que no Rio Grande do Norte não tem igual. Sabemos que a saúde é um problema do país, mesmo assim, quem viu Upanema ontem e ver hoje, sabe que não dar pra comparar. Minha avaliação é bastante positiva
.
J.U – Deixe uma mensagem final para os leitores do Jornal de Upanema.
D.F – Eu não sou filósofo, mas vou dizer o que eu sinto. Eu acho que nós temos futuro. O Brasil tem um futuro, Upanema tem um futuro e eu acredito nesse futuro. Tenho certeza de que os mais jovens que estão chegando, terão uma oportunidade e condição melhor do que os anteriores. Eu sou otimista, acredito no país e em Upanema. Temos certeza que nós vamos evoluir e seremos muito mais viáveis no seu ponto de humano, de exercer a democracia, a cidadania. Eu digo cidadania é o sujeito ter condição de prover o seu sustento, pagar os estudos dos seus filhos, de ter a condição mínima de vida, para poder ser livre dessa amarras e argolas que infelizmente ainda existe em nosso país. Gostaria de encerrar citando Almir Sater quando diz: “Todo mundo compõe a sua própria história e todo ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”.

3 comentários:

Anônimo disse...

pra quem não conhece este homem é muito inteligente e humilde. Todos vocês deveriam criar vergonha na cara e deixar de politicagem e ter orgulho desse upanemense que conseguiu obter sucesso na vida e tem orgulho de nossa terra. Espero não ver mais ninguém aqui criticando ele por inveja política.

Anônimo disse...

Absurdo sair num jornal que dizem ser tão conceituado em upanema um erro grave que foi terem colocado nessa matéria a sigla DENOX que na verdade era para ser DNOCS (Departamento de Nacional de Obras Contra as Secas)

DENOX = DNOCS
http://www.dnocs.gov.br/

Anônimo disse...

Por este comentário se vê a arrogância deste anônimo, parece até no tempo do coronelismo que se dava orden aos escravos, vejam só"ESPERO NÃo VER MAIS NINGUÉM AQUI CRITICANDO ELE POR INVEJA POLITICA". E daí/ o que que vc vai fazer? estamos aguarando o resultado.