Potencial hídrico é desperdiçado

Upanema - O terceiro maior reservatório de água doce do Estado, a Barragem Jessé Pinto Freire (Umari), no município de Upanema, atingiu, pela primeira vez na história, a cota máxima de armazenamento no último final de semana e ontem começou lentamente a transbordar. Não existe projeto para aproveitar o potencial hídrico e irrigar cerca de três mil hectares do Vale do Umari.
Quanto à sangria, a expectativa no município é que, com a possível sangria do açude Morcego, em Campo Grande, a barragem comece a sangrar com mais força nos próximos dias. O Umari, que custou aos cofres públicos R$ 76 milhões, armazena 296 milhões de metros cúbicos de água. Foi construída em 2001 com recursos do Governo do Estado (55%) e Federal (45%) para aumentar o potencial pesqueiro, agrícola e pecuário da região.Para o técnico do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Lui Jairo, a sangria do Umari representa a garantia de reserva hídrica para a realização de grandes projetos de desenvolvimento do município através da agricultura irrigada, como já acontece na região do Vale do Açu. Ele destaca ainda que se trata de uma reserva que, se necessário for, pode ser usada para abastecer a cidade no futuro. “Upanema está crescendo muito”, diz.


A barragem está localizada a cerca de seis quilômetros da cidade, numa região conhecida por Umari. O acesso, nesse período de inverno, é ruim. A estrada tem muitos buracos e lama. A estrutura da barragem está sendo vigiada por policiais militares. Segundo o delegado do município, o sargento J. Pereira, a vigilância é para evitar exageros nos banhos e preservar a estrutura física do reservatório.


Para quem pretende visitar, existem duas opções para chegar perto do sangradouro. A primeira é pelo paredão de concreto armado. Neste caso, é preciso andar a pé sobre o paredão cerca de 1,5 quilômetro, permitindo uma visão panorâmica do Vale do Umari e da extensão do lago. Neste caso, a recomendação é evitar banhos no reservatório porque a água ainda está muito suja.


A outra opção de acesso ao sangradouro é por uma estrada carroçável, que vai até bem perto da comporta. Neste caso, o banho até poucos dias não era permitido. Hoje, segundo o sargento J. Pereira, já é permitido porque tem homens da PM observando e, no caso de algum acidente, o socorro é mais fácil e rápido. “Recomendamos evitar os saltos na barragem e bebedeiras nas escadas da sangria”, diz.


Apesar do grande potencial hídrico e a existência de uma área superior a três mil hectares que poderia ser irrigada com a água da barragem, não existe projeto por parte do município para que o Vale do Umari seja transformado numa região de produção agrícola, como já acontece no Vale do Açu e na região de Pau dos Ferros. No Vale do Açu, mais de 30 mil hectares produz banana até para o mercado internacional.


Fonte: Jornal de Fato

3 Comentários

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem